Obsessão.

360 24 3
                                    

CAPITULO 4


PERSEGUIDOR

Ando pela cidade, vestido em roupas normais, uma calça de moletom preta, uma camisa branca e tênis esportivo, enquanto ando pelas calçadas do Texas.

Passo em frente à loja da minha única obsessão, Louise. Ela sempre chega cedo no trabalho, vestida em uma das suas roupas elegantes e sempre sai tarde, depois de todos, quando quase mais ninguém está na rua.

A primeira vez que eu a vi, tive vontade de pegá-la e fazê-la minha, na frente de todos. Eu estava em uma mesa de uma cafeteria, quase explodindo minha cabeça enquanto tentava resolver os problemas da agência de motos que trabalho. Eu desejaria estar agora em um campo de guerra, como nos tempos em que trabalhava no exército, do que olhar contabilidade. Na época, quando fui militar, fui dispensado por problemas psicológicos, mas isso já não importa mais.

Eu prestei atenção na mulher da mesa a frente, pele branca, cabelo ondulado da cor castanha. O sol batendo nos fios, fazendo-os parecer um ruivo de tom frio. Sua boca está pintada com um tipo de brilho, realçando aqueles lábios carnudos, possivelmente muito apetitosos. Seus olhos castanhos são tão normais entre as pessoas, mas se tornam diferentes no olhar predatório que ela faz, como se fosse atacar a mulher a sua frente. Eu nunca tinha visto um olhar tão vibrante e sedutor assim, acabei prestando atenção na conversa.

Ela falava sobre seu noivo, dizendo que ele estava estranho e que estava a culpando de traição, falava sobre seus problemas no noivado para a amiga e blá, blá,blá. Quase revirei os olhos quando o assunto era o tal noivo dela, Diego. Eu quis saber quem era esse cara, saber que porra de homem ele era para não tratar uma mulher bem, ainda mais Louise.

Eu acabei a seguindo, entrando nas imagens da sua câmera, pesquisando sobre ela e o marido. Eu tenho experiencia, fui militar a dez anos e, hoje, com trinta e três anos, meu objetivo é tomar aquela mulher para mim e fazê-la se sentir amada do jeito que eu sei fazer.

Sorrio quando lembro do que eu a fiz passar em uma semana atrás, quando a fiz ligar para a polícia e a deixei na casa, fazendo parecer que estava endoidando. Mas ela vai endoidar, logo, logo.

Hoje, não usa seus típicos saltos, mas sim um par de chinelos, com um dos pés enfaixados.

Me viro e volto a andar, seguindo meu caminho. A verdade é que, seu ex noivo a traia a muito tempo e, o filho da puta mentia para Lou Lou, dizendo que ia trabalhar, mas o homem ia para o tráfico de drogas. Ele tem a porra de uma firma inteira pelos cantos menos suspeitos, vendendo suas drogas para foder mais ainda com a vida dos viciados e, pelo pouco que vi e sei, tenho quase certeza de que essa não é a única coisa que ele meche. E eu vou descobrir que merda esse cara anda fazendo. Sei que ele andou tentando falar com minha Louise, dizendo que quer vê-la e concertar as coisas.

Sei disso porque, com as microcâmeras instaladas pela casa, consigo ver cada movimento da minha outra metade, que logo se juntara a mim.

No dia em que a deixei em casa, depois de cuidar do seu pé, eu cheguei em casa e observei pelas câmeras, ouvindo os policiais a perguntarem se ela não estava tendo problemas mentais e começou a alucinar; minha garota surtou com eles e falou que nunca estava falando tão sério quanto antes.

Mais uma vez, eles olharam as câmeras do lado de fora da casa, nenhuma pegou minha entrada ou saída.

E sinceramente, Louise pararia de ficar raivosa daquele jeito e calaria sua boquinha nervosa caso soubesse o quanto esse lado seu me intriga. Eu sei o que a mulher gosta, eu já andei por sua casa, vi seus livros e as notações neles e, sinceramente, em páginas especificas, tinham muitas frases grifadas com uma marca texto vermelho. Páginas onde acontecia um sexo sem contexto, já que eu nem mesmo li o livro do início.
Se aquele for o tipo de coisa que ela gosta, eu posso fazer se tornar realidade. Hoje fui em sua casa, abri aquela porta com a chave de fenda que carrego comigo e a deixei um bilhete, fico feliz em dizer a ela que nosso romance vai começar da melhor maneira possível, assim como está sendo. Ela não vai poder me ver, mas vai sentir as melhores coisas que nunca sentiu na vida. Eu vou fazê-la delirar de vontade para me ver, implorar que tire as vendas dos seus olhos quando se apaixonar por mim, mesmo diante todos os meus defeitos.

Eu posso levá-la para passear em lugares em que só eu e ela vamos estar, eu posso pegá-la e levá-la na minha moto para as montanhas acima...
Entro no meu carro, estacionado em um canto da rua.

Por agora, vou cuidar do seu ex noivo.

Ando observando sua rotina, ele continua com a mulher com quem estava traindo minha garota, posso dizer que ela é tão maluca quanto ele e, o motivo de Diego ligar para Louise, querendo que ela volte para ele, não faz sentido, já que ele está quase de joelhos para a mulher doida com quem ele anda fodendo.

Dirijo até seu trabalho, é um prédio grande, com a parede coberta por um tipo de vidro luxuoso. Ele é dono de uma companhia de segurança e serviços como guardas e motoristas particulares. O bode escapatório perfeito para ninguém suspeitar do homem bonzinho que se preocupa com a segurança da humanidade enquanto faz seu tráfico com um grupo dos seguranças que trabalha nessa merda toda.

Sei de cinco seguranças que participam de tudo, sei que estão nos seus trabalhos agora, protegendo alguém, mas, essas semanas, uma grande porcentagem de homens, mulheres e crianças desaparecidas. E sim, esses merdas podem ser o alvo. Essa semana foram duas pessoas, um homem chamado Fernando e uma mulher, Amanda.

Eu entro no sistema da empresa, com uns minutos de trabalho, digitando no meu teclado preso ao um suporte ao meu lado, eu consigo ver a ficha de todos os clientes da empresa. Procuro por nomes começando com a letra A e F. Fernando e Amanda não estão aqui na lista, mas o que os impediria de tirá-los do registro? Porra nenhuma.

Passo a mão no rosto, meu plano vai ser sequestrar uns dos homens que trabalham para ele e descobrir a merda toda, ou eu deveria saber por Sabrina, a mulher com quem ele está agora.

Giro os anéis pratas nos meus dedos, impaciente para a saída do otário. E ele não vai morrer tão cedo, pois acabei de ver seu carro saindo da garagem da empresa.

Ou será que morre?

Penso sorrindo, quando ligo o meu e dou partida o seguindo. Está de dia, horário de almoço e sei qual restaurante ele vai frequentar. O Wild West Eats, um restaurante com comidas tipas do Texas.

Quando vamos chegando perto, no sinal vermelho, eu pego o rastreador na minha mão e verifico no computador se está tudo certo e configurado para o que eu quero. Eu não vou ficar seguindo o babaca para todo lado que for, eu vou tê-lo na palma da minha mão enquanto olho tudo pelo computador. Aliás, tenho minha mulher para cuidar e sequestra, preciso dar atenção a ela.

O sinal muda para verde e todos os carros seguem em frente, o de Diego vira a esquina e logo depois vira à direita, para a garagem subterrânea do restaurante. Eu sigo atras e estaciono do lado esquerdo enquanto ele estaciona do outro lado. Espero no carro, olhando para o retrovisor. O homem sai do carro, ajeitando seu termo e pega o elevador, levando para o andar de cima onde fica o Wild West.

Saio do carro com o rastreador e vou até a Lamborghini do empresário cuzão.
Meu dispositivo é posto na parte de baixo do carro sem muita dificuldade, então, eu vou para a minha camionete preta e sorrio enquanto a ligo.

Agora eu posso cuidar do que vai ser meu em breve.

Obsessão às cegas Onde histórias criam vida. Descubra agora