Direto para o covil da Morte.

302 22 1
                                    

CAPÍTULO 5

LOUISE.

00:56


Saio pela porta do meu pequeno negócio. A rua está vazia, isolada, apenas as luzes dos postes estão acessas e, por ser uma área comercial, onde praticamente todas as lojas estão fechadas, eu sou a única a sair. A minha companhia são alguns carros estacionados aos cantos das ruas, como de costume.


Suspiro, entrando no meu carro e colocando minha bolsa no banco ao lado. Ligo o carro, mas um barulho maior que o meu é evidentemente ouvido por mim. Olho pelo retrovisor, há uns três carros atrás do meu, as luzes do farol de um ligaram.


Franzo o cenho e dou partida começando a dirigir e percebendo que o carro vai logo atrás de mim. Viro à direita, focando na estrada.


Ligo o rádio o som de Can't help falling in love. Contraio as bochechas e aperto o volante mais forte com as duas mãos quando paro no sinal vermelho. O carro para logo atrás de mim, mesmo havendo espaço o suficiente para estar ao meu lado, considerando também que há só os nossos dois carros na estrada. Meu telefone toca, olho o retrovisor novamente, o carro preto reflete no espelho, volto o olhar para minha bolsa, o barulho vindo dela, dês de que meu celular esteja lá.


Me inclino e abro a bolsa, pegando meu telefone, número desconhecido. Mordo o lábio inferior e atendo.


-Alô?


Não ouço nada.


-Oi, alguém está aí? O sinal fica verde, estão dou partida, colocando a chamada no viva a voz. O carro me segue, piso mais fundo, me distanciando e o veículo se aproxima também.


Ouço respirações pesadas pela chamada, meu coração palpita forte no peito.


-Princesa? - uma voz rouca começa, prendo o folego, eu reconheço a voz e, pelo volume, sei que Jason não está de máscara. - Você prefere as camisolas ou os conjuntos mais leves para dormir?


Franzo o cenho, contorcendo a boca, talvez nem seja ele...


-Oi? Moço, deve ter ligado para o número errado.


-Não, eu não estou, Louise- a voz sai seria. Olho para o carro novamente, não parando de me seguir.


Que merda...


Depois de uma semana, sem nem mesmo sinais do babaca, eu não acredito que ele apareça assim, me perguntando sobre roupas para dormir. Aliás, onde ele está? Esse carro me seguindo me dá a resposta.


-Responda, Louise- a voz sai impaciente.


Suspiro fundo.


-Por que isso importa?


Ouço uma respiração impaciente do outro lado.


-Porra... se você parece de questionar tudo...- pensa ele- tanto faz.


Então, a chamada é encerrada.


Eu acabo rindo, me perguntando que merda foi essa. Mas agora foco no carro, o idiota está ali, sei disso porque, logo depois da chamada encerrada, ele acelerou o carro e agora, em outro sina vermelho, ele para ao meu lado e abaixa os vidros pretos.


Puta merda, espero que não esteja com uma daquelas máscaras...


Mas, o que aparece a minha frente, não é nenhuma máscara, nem Jason ou mesmo um homem, mas sim Anastácia.


Arregalo os olhos para a mulher sorridente no outro carro.


-Que merda, Anastácia!


A mulher ri, jogando a cabeça para trás, o sinal fica verde, mas continuamos paradas.

Obsessão às cegas Onde histórias criam vida. Descubra agora