"Não me importo se eu me apaixonar por um demônio, contanto que esse demônio me ame do jeito que ele ama o inferno."Louise Dantelo
Hoje de manhã, conheci o meu mais novo segurança particular.
Estava em casa quando ele chegou junto a Gabriella, que me explicou como vai funcionar o trabalho de Cabral ao meu lado. O segurança começa o serviço das oito da manhã até as seis da noite. Me senti aliviada com essa notícia, mas, um pouco insegura em relação seus horários de trabalho, ele deixará de trabalhar as seis e então ficarei sozinha, indefesa caso Diego queira me encontrar.
Cabral em um trabalho muito bom, ele foi gentil ao se apresentar, me disse que tem uma esposa, no qual estão tentando ter uma família.
Agora, no café, ele está atento a todos os lados, enquanto eu trabalho pelo meu notebook. Estamos no CoffeeLaunch, um café famoso da cidade em que eles também servem almoço no horário. Eu como frago grelhado com arroz e uma salada césar.
Uma garçonete aparece no meu lado, me fazendo tirar o olhar da tela e, consequentemente, ver Maverick a algumas mesas a frente. É impossível não alternar o olhar entre ela, que nos oferece um cardápio de sobremesas, e Maverick, que me olha como o... volto a atenção para a mulher, que deixa o cardápio em cima da mesa e, segundos depois que eu agradeço a ela, sinto uma presença a mais na mesa, pela sombra que se forma a minha frente.
Levanto meu olhar, Maverick está de pé, vestido formalmente em uma camisa branca e calça preta. Presto atenção na tatuagem do seu braço direito onde, literalmente, está toda coberta por tinta preta e, os espaços em que aparecem a pele, desenhos de raios são feitos. Penso no quão doloroso deve ter sido para fazer e acredito que foi feito no braço inteiro.
-Louise! - ele diz cordial, me estendendo a mão que, quando me levanto, a pego e o comprimento com um sorriso no rosto.
Cabral olha para ele e os dois se cumprimentam, acredito que já se conhecem por estarem juntos em trabalho.
-Quer se juntar a nós? - eu decido oferecer e nem mesmo sei a causa, tenho muito trabalho a fazer e dar atenção a Maverick agora não vai ser fácil.
-Ah não! Estou muito ocupado agora, mas, obrigado. Vocês estão bem?
-Sim, eu não sabia que teria um segurança..., mas estou feliz que tomaram essa medida.
-Eu e Mattia não brincamos em serviço. Além do mais, acho que você iria gostar de saber que estamos progredindo com a investigação em relação a sua amiga.
Arregalo os olhos, meu coração palpita e, na mesma hora, as últimas imagens de Ana vem em minha mente.
Acho que nunca vou esquecê-las.
-Isso é bom- falo calma, mas apreensiva querendo perguntar mais sobre, sem saber exatamente o que perguntar. A verdade é que qualquer avanço ou informação é válido.
O homem fica um tempo calado, até se despedir.
-Até mais, Louise.
-Até, Maverick.
Faz um aceno para o segurança e retorna para a mesa em que estava.
Eu torno a me sentar, agradeço mentalmente pela conversa breve.
Ainda sentindo o coração mais agitado por saber que estão realmente lidando com o caso de Ana, ouço uma notificação chegando. Acreditando que seja do trabalho, eu resolvo olhar.
‘-Estou te vendo, cordeirinho, quem é esse ao seu lado?’
Eu paralisei, não acreditando que até aqui, ao lado de um segurança, Willian não desiste das suas brincadeiras. Olho para os lados, a procura de um homem que possa se parecer com ele, talvez um homem de moletom e capuz.
‘O que você quer?’- é o que eu mando.
A próxima notificação não demora a aparecer.
‘Você sabe o que eu quero, eu quero você, te amassar e destrui-la só para você não poder sair de perto de mim’
Lambo os lábios. Eu poderia mostrar agora todas essas mensagens para o homem ao meu lado, até mesmo para Meverick, mas, ao lê-la, sinto a adrenalina acordar meu corpo de modo que, nesses últimos dias, nunca esteve acordado antes, algo ascende em mim sobre a ansiedade de saber de onde está me vigiando.
‘Não acha que já fez estrago demais no meu carro? Você tentou me matar’.
Destaco os últimos acontecimentos.
‘Conversamos mais tarde, Lou Lou.’.
Ele manda e dá para entender que não vai responder minha resposta é muito menos continuar a conversa, mas vai me encontrar hoje. Eu me sinto estranha ao perceber que estou ansiosa para saber quando ele vai resolver a ter a conversa mais tarde. Talvez eu goste da morte, talvez eu goste da sensação de ter o medo e a adrenalina no corpo.
×
Ele chegou e, dessa vez, as nove da noite e fora de casa.
Estou na biblioteca, lendo um dos meus livros. A cortina está aberta e, quando olhei para trás, o maldito estava em pé, me olhando com uma máscara o tempo todo.
Suas típicas roupas então no corpo, o capuz do seu moletom tampa o cabelo, criando uma sombra no rosto. A máscara tem um sorriso na parte dos lábios e algumas orelhas abaixo dos olhos. É branca e simples, mas bizarra quando tem um homem enorme me olhando enquanto estou sentada na minha poltrona apenas de camisola.
O percebo se movimentar, tateando o vidro da janela e suas laterais, como se quisesse abri-la por fora e, não conseguindo, ele me olha, saindo correndo e sumindo do meu ponto de vista.
Sei que foi tentar outro lugar para entrar e sei que vai ser fácil porque, propositadamente, a porta está aberta.
Nesse meio tempo, pensei sobre Willain, estou cansada de sempre correr, fugir, denunciar e sair como a doida. Mais cedo, Maverick deu apenas notícias do caso de Ana e nada do que Willian fez, provavelmente porque o homem fez questão de apagar todas as provas que tinha, mas, e enquanto as máscaras e meu carro com um Machado de todo tamanho no meio? Não são o suficiente?
Por isso, decidi que vou ficar, não vou ceder como ele quer, talvez seja o dia errado para isso, sendo que nem mesmo meu carro eu tenho para qualquer fuga.
Ouço passos pela casa, o livro está aberto no meu colo, mas eu logo o fecho e deixo por cima da pequena mesinha, que já me esperava com um shot do Whisky e eu o tomo, derramando de uma vez. A ardência costumeira que passa por minha garganta nem faz efeito hoje, eu fico ansiosa quando ouço os passos pesados pararem do nada.
Ele quer me assustar.
Eu fico quieta, parada e, na ponta dos pés, vou até a porta, colocando o ouvido na madeira. Não ouço nada.
Puxo o ar rapidamente quando as luzes se apagam, todas. Willian desligou o circuito de energia e, agora, estou com medo de verdade. Meus ouvidos estão na porta enquanto olho a janela que mostra o quintal lá fora. A biblioteca consegue um pouco de luz da rua lá fora e dá lua. Eu entendo e sei o que tenho que fazer quando não ouço nada. Ele quer que saia e o procure.
Quer que eu jogue o jogo dele.
Coloco a mão tremula na macaneta da porta, mas, antes disso, eu paro, pegando um livro proximo a mim para, de algum modo, servir como objeto de defesa. Abro a porta de modo silencioso, a escuridão a minha frente é mais assustadora quando dou de cara com ela.
Olho primeiro para o corredor, de um lado para o outro e tomo coragem em dar meu primeiro passo a diante.
Meus olhos devem estar grandes, eu os abro mais ainda na tentativa de enxergar no escuro, o livro em minhas mãos já esta erguido, pronto para voar em Willian.
-Merda- sussurro quando um dos meus passos fazem barulho no piso, e então, eu paro tentando ouvir algo a mais que não seja minha respiração.
Ela parece parar quando ouço o barulho de faca sendo arranhada em algum tipo de pedra. O som me da agunia, mas, mais que isso, fico com medo. Já estou chegando na sala, onde vou conseguir ver a sala de jantar e a cozinha também.
Ele não vai me matar, já teria feito isso se fosse o caso.
Eu sigo adiante, chegando na sala e tendo a visão das sombras dos cômodos da minha casa e, no meio dela, a figura alta e forte do homem aparece. Eu paro de andar, o livro fica apartado em minhas mãos e eu torço para que tenha pegado um livro sem graça caso tenha que estragar ele ao tentar me defender.
Eu não consigo vê-lo por inteiro, mas, a mascara branca se destaca na escuridão, o sorrisinho dela me assombra no breu.
-Vi que me denunciou pro policial esses dias- sua voz rouca e abafada pela mascara começa, quebrando o silencio.
-Sim, e espero que queime na cadeia quando descobrirem sobre você.
Ouço um suspiro seu, suas mãos estão no bolso da sua calça.
-Te faz bem se eu fingir que ligo?
-Cale a boca.
Willian ri, não de modo engraçado, mas do modo em que ri para brincar comigo.
-Se tentar chamar alguém da próxima vez, eu juro que vou te pegar, cordeirinho e, na mesma hora, te comer.
Prendo o ar, meu corpo vibra e a confusão se predomina em mim.
-Você é doente- eu não pergunto, afirmo, pois tenho certeza que ele é.
Percebo que seus ombros se levantam e ele vira de costas, andando calmamente em direção a cozinha.
-O que vai fazer?!- pergunto, atenta aos seus movimentos. Percebo que ele abre uma gaveta da cozinha e tira uma vela de lá, ascendendo-a em um isqueiro que tirou do bolso e guardou logo depois.
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Obsessão às cegas
RomanceUm homem louco e obssessivo persegue Louise, ele a sequestra e tampa seus olhos com vendas, deixando-a viver às cegas enquanto só é permitida cheirar, tocar, ouvir e falar com seu stalker apaixonado. " Você só vai tirar a venda quando perceber que m...