Quando o perigo nem bate na porta.

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CAPÍTULO 2

"UMA FACA? VOCÊ ESTÁ FLERTANDO COMIGO?"

Meus olhos se enchem quando uma máscara de coelho, totalmenteensanguentada e com um sorriso grande com dentes afiados no rosto, me olha

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Meus olhos se enchem quando uma máscara de coelho, totalmente
ensanguentada e com um sorriso grande com dentes afiados no rosto, me olha. O homem está vestido em um moletom cinza e seu capuz está sobre a cabeça, tampando as orelhas feias e defeituosas do coelho.

Temo que meus olhos saem dos seus lugares, pelo tamanho que eu os arregalo.

-Aí, puta merda- murmuro, minha voz sai baixa demais.

Meu queixo treme quando o homem começa a se movimentar. Percebo sua altura, parece ter entre oitenta a oitenta e cinco metros e ele parece ser grande, digo... os músculos marcam um pouco no moletom. Olhando seu tamanho, eu tenho certeza de que vou ser morta hoje.

Ele começa a andar em passos lentos em minha direção e eu vou me afastando, colocando as mãos para trás e procurando o suporte de facas que ficam em cima da minha bancada.

Quando encontro o material, tiro uma e aponto para o homem, ouço uma risada abafada pela máscara e estremeço da cabeça aos pês. Percebo que ele tem um tipo de tecido na mão, uma tira grossa de cetim e penso que meu fim vai ser no estrangulamento.

Vou dando passos para trás até ser encurralada pelo balcão. O homem avança mesmo com minha faca apontando para ele. Me assusto e tremo quando ele consegue tirá-la da minha mão sem nenhum esforço e, agora, quem aponta a faca para mim é ele.

Fecho os olhos e suspiro tremulo quando, com a ponta da lâmina, ele a encosta no meu queixo e o levanta, fazendo meu rosto encontrar o seu. Sei disso porque sinto sua máscara bem próxima a minha e não tenho coragem de abrir os olhos e me deparar com o coelho macabro.

-Por favor- imploro de uma forma patética, como se implorar o fizesse não me matar, talvez mudar de ideia.

Puxo ar rapidamente quando sinto o que acho que é a faixa, cobrindo meus olhos. Inalo um cheiro amadeirado e refrescante quando sinto o calor do seu corpo próximo ao meu e suas mãos, que parecem estar enluvadas, rasparem nos fios do meu cabelo enquanto amarra a faixa nos meus olhos. Sinto suas mãos ásperas e grandes passarem pelos meus braços, deslizando até chagar nas mãos e segurá-las.

Consigo sentir o tamanho da sua mão sobre a minha, cobrindo-a quase por completo quando as aperta com firmeza.

-Meu deus, que merda! - falo em voz alta e chorosa, sinto as lagrimas escorrerem pelo meu rosto quando um puxão nas mãos me faz começar a andar, seguindo os passos do homem. Ele está segurando minhas duas mãos e posso ter certeza de que está andando de costas enquanto olha para mim.

-Diego, se for você, eu juro que isso não tem graça, está bem? - a raiva emana na minha voz, eu não recebo nenhuma resposta. Fico calada enquanto sou conduzida para algum lugar. Penso que Diego não poderia ser o homem, ele é mais baixo e não parece ser tão grande quanto o homem, fora que, o toque do homem é diferente do de Diego. Por um momento, eu desejaria que fosse aquele babaca brincando comigo.

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