VOCÊ NÂO VAI FUGIR

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Capítulo 7

Cama grande, paredes cinzas, cortinas marrons e um tapete grande e felpudo cobrindo grande parte do chão. Foi isso que vi na noite passada quando tirei a venda. Também uma televisão esta presa a parede. Os lençóis na cama são vermelhos escarlate. Um guarda roupa esta na parede a minha direita e há dois criados mudos dos dois lados da cama.
Quando o tirei, me lembro que sai da cama e tentei abrir a porta, estava trancada, eu gritei e pedi por ajuda e, toda a resposta que respondeu foi o silencio. Por fim, decidi ir dormir e arrumar um jeito de falar com alguém, de tentar escapar, se conseguir o contato de Diego, talvez ele possa me ajudar...
Após pentear o cabelo com uma escova nova que achei na gaveta do criado mudo, eu coloquei a venda novamente, alias, seu tecido é de cetim da cor vermelha, permitindo que module o formato do meu rosto e não deixe nenhum vestígio de luz entrar pelos meus olhos.

Coloquei a vendas porque ouvi a porta sendo destrancada e, quando abaixo minhas mãos, elas se abrem.

Não ouço a voz de Jason, mas ouço seus passos e sinto o ar fresco que invade o quarto. Meu coração bate mais rápido quando o calor do corpo do homem chega mais perto e, no mesmo instante, eu sinto sua respiração no ouvido.

-Bom dia, Louise- sua voz sai arrastada, acredito que tenha acabado de acordar, o cheiro de menta fresca vindo da sua boca indica que também acabou de fazer suas higienes.

Eu não respondo.

-Para começar o dia, pensei em uma brincadeira.

Eu refiro os olhos.

-Parece que você gosta de jogos.

-Todo mundo gosta...- sinto a cama se afundar ao meu lado. Um arrepio passa pela minha pele quando sei que não posso ver o que acontece.

-Sabe, quando entrei na sua casa, vi que tem uma biblioteca. É bem interessante, principalmente os livros pelos quais você tem o gosto.

Levanto as sobrancelhas, recebendo uma risada do homem ao meu lado.

-O que voce andou fazendo na minha casa?- voicevero com raiva.

-Nada de mais.- responde- enfim, hoje é simples, você tem direito a uma pergunta sobre mim.

Eu bufo de modo debochado.

-Pergunta sobre voce? Voce acha que eu me importo?- eu sorrio.

Uma mão, grande e forte, agarra meu rosto, apertando minhas bochechas ao ponto de fazer um biquinho em meus lábios. Eu perco o folego quando sinto o rosto do homem próximo ao meu, seus lábios a um fio dos meus.

-Se você acha que ser a fodona da situação vai te ajudar, eu mesmo vou te falar, Louise, não vai. Eu quero te  punir só por ser tão atrevida comigo. Você é esperta o suficiente para saber que ter informações minha pode te ajudar em alguma fuga.

Seguro a respiração, o ar todo no meu peito.

-Você me daria margem para fugas ?- falo, soltando um suspiro.

-Não,  você nunca vai fugir de mim, nunca.

Meu lábios treme, sinto meus olhos começarem a querer transbordar em lágrimas.

-Eu.... qual é seu nome?- pergunto e franzo o cenho.

Um silêncio se prolonga antes que ele me responda:

-Willian.

Legal, mas acho que, talvez, eu continue o chamando de Jason. Alias, ele não está com a mascara agora né? Considerando o tom da voz , acredito que não.

-Como está seu pé?- ele pergunta, sem rodeios e de repente.

Meu lábio se contorce em indignação.
-Melhor do que antes.

Obsessão às cegas Onde histórias criam vida. Descubra agora