È nelle tue mani.

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"Senhor, ajude qualquer um que fique no meu caminho; pois não sou misericordioso, nem gentil, e não tenho medo de fazer você desejar que eu fosse."

WILLIAN MAVERICK.


Um homem comprou três mulheres de uma vez, sendo mais específico, duas mulheres e uma menina de oito anos de idade.

Assim como o cozinheiro, agora morto, disse, estão levando três mulheres para o APM e três estão saindo. Localizamos a APM, fica em um lugar isolado, apenas cercados por árvores e, mesmo assim, parece ser um bom lugar do lado de fora. As aparências se enganam. Estamos, eu e marco, seguindo uma caminhonete preta, a qual leva as tais novas mulheres para o novo abrigo. Um drone acima de nós acompanha tudo, temos a imagem, que ele projeta aqui pelo computador, para assim não perdemos de vista nosso alvo.

Os percursos estão acontecendo ao mesmo tempo, por isso, enquanto as outras três vítimas que estão saindo da APM e que foram compradas pelo tal homem, estão sendo seguidas por outro carro com quatro homens da nossa equipe, que vão cuidar de tudo por lá.

Estamos nos comunicando com pontos no ouvido. É uma tarde de sexta feira e, o melhor de tudo isso, vai ser encontrar com Stefan para o tal bordel que ele me convidou e esperar que ele fale sobre o recadinho que mandei, mas, claro, que não sabe que foi eu quem fiz o que fiz ao mandar o braço do cozinheiro para ele e o vídeo que gravei. Quero que o governador tema viver a própria vida.

A cada esquina que viramos, vamos nos afastando do barulho da cidade de Milão, estamos há uma distância de alguns metros da tal camionete. Quem dirige não vai conseguir nos ver pelo retrovisor e nós também não conseguimos ver o carro na nossa frente, somos guiados pelo drone e, quando for a hora certa, vamos nos aproximar.

-Estamos prontos- avisa um dos soldados, que segue o outro carro, pelo ponto.

Com Marco dirigindo, eu preparo minha arma, abrindo a janela do carro e posicionando minha mira.

-Pisa fundo.

Marco atende ao meu pedido e, em pouco tempo, consigo ver a camionete. Reduzindo a aceleração, eu miro no pinel da direita e dou um tiro. Nenhum barulho sai, o silenciador ajuda com isso e eu volto a minha posição normal no carro.

Conforme o carro a frente vai diminuindo a velocidade e indo em direção o encostamento da estrada, Marco faz o mesmo, chegando perto.

Paramos ao lado do carro, eu abro a janela ao apertar o botão automático, esperando que o motorista faça o mesmo.

Um velho rabugento aparece a minha frente e, ao lado dele, um homem de terno preto me olha. Não há mais ninguém nos bancos de trás, o que me faz crer que as mulheres estão no porta-malas.

-Opa! Precisam de ajuda? Parece que o pneu de vocês furou.

O velho me dá um sorriso amarelo.

-Não vai ser preciso! Temos pneus novos aqui atrás e vamos poder trocar!

-É cara, percebi que vocês passaram por cima de um buraco, deviam reformar essas estradas! - finjo indignação, a arma na minha mão, escondida pela porta do carro, já está pronta novamente, com o dedo no gatilho.

-Agradecemos a preocupação- o homem ao lado, que aparenta ser mais novo, talvez com minha idade, toma a frente- mas estamos bem.

-OK- dou de ombros e, antes que eles esperem, subo a arma, mirando e dando dois tiros. O primeiro acerta no meio da testa do velho, que cai de cabeça no volante e me dando o espaço perfeito para acertar o outro no homem ao lado.

Esse segundo recebe o tiro no meio da garganta.

O carro por dentro fica pintado de vermelho, o segurança que recebeu o tiro no pescoço caiu com a cabeça para trás, apoiada no banco do carro, fazendo com que o tiro fique a mostra, escorrendo sangue pelo buraco.

Eu e Marco saímos na mesma hora do carro, abrimos as portas e não nos importamos em fechar.

Tudo o que faço é enfiar minha mão pela janela aberta e pegar a chave ao lado do volante. Aperto no controle para abrir o porta-malas e Marco o abre.

-As vítimas estão conosco- aviso no ponto- como vocês estão aí? - pergunto enquanto observo as três mulheres desacordadas. O que mais me surpreende é que todas elas estão bem-vestidas e limpas, com roupas de frio. Com cuidado, levanto um pouco a blusa de uma delas, marcas de roxo, vermelho, e cortes que se cicatrizam estão por baixo dos panos que escondem o que sofreram antes mesmo de chegar a APM. Marco é agiu e já abre a porta de trás do carro que estamos. Ele pega uma das mulheres, a colocando sentada nos bancos de trás e eu pego a garotinha, está gelada, com o rosto vermelho e tem um corte na bochecha.

Obsessão às cegas Onde histórias criam vida. Descubra agora