Capítulo 33 - Dias dourados

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— Respire, Srta. Potter. Devagar e profundamente. Você está muito tensa, — a voz de Snape soava baixa e serena, guiando Holly sobre como começar a esvaziar sua mente corretamente.

Ela vinha se debatendo durante toda a manhã. O livro fazia parecer fácil: siga estes passos e chegará lá. Holly havia passado meses praticando meditação e tentando limpar sua mente, mas, na prática, era muito mais difícil do que imaginava.

O problema tornou-se evidente quando Holly percebeu que não tinha o controle necessário. Talvez sua mente estivesse sobrecarregada, ou talvez o fato de fazer o exercício de olhos fechados a deixasse desconfortável e vulnerável. Isso só aumentava sua tensão, resultando em constantes falhas.

Eles estavam nisso há horas, e Holly começava a sentir uma dor de cabeça por se esforçar tanto em não pensar. A ideia de que poderia encontrar algum alívio da ansiedade através do sono era desesperadamente necessária, já que os pesadelos só aumentavam a cada noite. Ela estava perigosamente perto de exceder a dosagem recomendada da Poção do Sono Sem Sonhos, apenas para conseguir um descanso de verdade.

Esvazie sua mente. Compartilhe seus pensamentos. Crie uma barreira. Aprenda a identificar o que é seu e o que é de um intruso. Se for a segunda opção, expulse a presença estranha ou, se for habilidosa o suficiente, engane-a com uma ilusão que sugira uma mente desprotegida.

Era um processo complexo que poderia levar anos para ser dominado, mas Holly precisava dar apenas os primeiros passos. Uma vez que conseguisse esvaziar a mente e organizar seus pensamentos, poderia esconder o que quisesse manter em segredo.

Ela estava determinada a expandir seu império, e certamente não queria que o diretor ou qualquer outra pessoa descobrisse seu envolvimento em certos negócios. Além disso, precisava separar sua vida anterior das memórias da verdadeira Holly. Controlar os pesadelos que ameaçavam dominá-la era essencial.

O livro que ela estudava mais definia a habilidade e oferecia uma abordagem geral para aprendê-la, sem detalhar como realmente executar os passos. Snape, embora se declarasse Mestre na arte, não conseguia explicar de forma clara como Holly deveria proceder.

Eles estavam sentados frente a frente há horas, e tudo o que Holly conseguira era uma dor de cabeça. Snape dizia para ignorar todas as distrações ao redor, acalmar seus pensamentos e relaxar seus músculos, mas Holly simplesmente não sabia como fazer isso. Com os olhos fechados, ela se concentrava ainda mais nos sons ao redor, sentindo um medo irracional de ser atacada enquanto estava vulnerável.

Ela sabia, em teoria, que Snape não a machucaria tão abertamente; pelo menos, ela esperava que fosse o caso. Cada pequeno rangido da casa, ou barulho flutuando da rua, ou mesmo a respiração calma e uniforme de Snape a deixava tensa.

Holly soltou um bufo frustrado, afundando na cadeira e abrindo os olhos. Snape ainda estava sentado na frente dela, franzindo a testa, e Holly corou de vergonha por estar falhando tanto.

— Sinto muito. — Ela odiava o quão fraca soava. Holly não era indefesa, ela só precisava aprender isso muito desesperadamente.

A carranca de Snape se aprofundou. Ele cruzou as mãos, apoiando o queixo nelas, cotovelos apoiados nos braços da cadeira. Ele parecia contemplativo, mas não bravo com a deficiência de Holly.

— Talvez uma pequena pausa? — Snape sugeriu, e Holly se sentiu aliviada e um pouco envergonhada. Ela assentiu de qualquer forma, saindo de sua própria cadeira.

— Posso dar uma volta lá fora?

Snape acenou com a mão, ainda franzindo a testa e olhando para longe, aparentemente perdido em pensamentos profundos.

Holly Potter - Entre Mundos e VarinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora