Capítulo 15 - Desconfiança

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Holly tinha lido brevemente sobre magia de cura, mas não compreendeu completamente o quão incrível ela realmente era até que foi usada nela. A dor de Holly desapareceu completamente com o que ela só podia imaginar ser um feitiço entorpecente.

Ela não conseguia acompanhar os feitiços que a medibruxa estava lançando ou a série de palavras e runas estranhas que flutuavam sobre sua cama por alguns segundos.

Seus pensamentos foram interrompidos quando a Madame Pomfrey explicou a condição de Holly e seu prognóstico a Dumbledore, que simplesmente apareceu como se estivesse dando um passeio casual e perguntou sobre as informações médicas de Holly.

— Poppy, você acha que posso pegar emprestado alguns minutos do tempo da sua paciente antes dela dormir? — Dumbledore perguntou daquele jeito excessivamente bem-humorado que ele tinha.

Madame Pomfrey não parecia feliz com isso, mas ela viu claramente o pedido cordial como uma exigência, pois concordou com pouco mais do que um olhar de protesto. — Dez minutos, diretor. Não mais. A menina já passou por bastante por uma noite. Ela precisa de descanso e não de interrogatórios.

Dumbledore fez um trabalho notável ao parecer surpreso com a insinuação dela.

— Não haverá interrogatório, minha querida, — ele riu do absurdo disso. — Eu apenas desejo falar com a menina.

— Claro, — Madame Pomfrey sorriu de volta de uma forma excessivamente doce que Holly suspeitava guardar algumas ameaças. Isso fez com que ela gostasse um pouco da medibruxa. — Dez minutos, — acrescentou Pomprey em um tom nada agradável.

Holly assistiu com receio enquanto a medibruxa a deixava sozinha com um dos bruxos mais poderosos da época - que indiretamente contribuiu para a morte da verdadeira Holly Potter.

O trio grifinória não sofreu nenhum ferimento, assim, foram avaliados, receberam um dose leve de poções sem sonhos e foram levados por Percy e a Vice-Diretora para a torre dos leões alguns minutos atrás.

— Holly, minha garota, — Dumbledore sorriu calorosamente enquanto se acomodava em uma poltrona roxa berrante que ele conjurou casualmente. — Eu queria falar com você. Embora esta não seja a circunstância ideal, estou feliz por finalmente termos tido a oportunidade.

Holly estremeceu ligeiramente ao ouvir o endereço familiar e se forçou a não se contorcer enquanto o velho a encarava. — Você queria falar comigo? — Holly perguntou cautelosamente. — Eu não fiz nada de errado, fiz, diretor?

— Oh, que eu saiba, Holly, — Dumbledore riu jovialmente — Há algo que você gostaria de me contar? — ele perguntou com um brilho em seus verdadeiros olhos azuis, enquanto inclinava a cabeça para baixo para ver Holly melhor por cima dos aros de seus óculos de meia-lua.

— Não, senhor, — Holly assegurou com um sorriso fraco, tomando o devido cuidado para não encarar o homem nos olhos e deixar suas reações intenção o mais profundamente enterradas em sua mente.

— Imagino que você esteja cansada, — ele quase suspirou e Holly dedicou um momento de paranoia para se perguntar se o homem de alguma forma estava lendo sua mente sem ela saber, mas rapidamente afastou esse pensamento, certo de que sentiria algo. — Bem, imagino que Madame Pomfrey retornará para me expulsar de seus domínios em breve, — ele riu, — Então suponho que deveríamos começar a trabalhar.

Holly fez o possível para não engolir em seco com a natureza sinistra daquela declaração. Ela virou o rosto para baixo para esconder a expressão, mas observou o velho através dos cílios, incapaz de desviar completamente o olhar do homem que considerava ser, no momento, seu inimigo mais perigoso.

Holly Potter - Entre Mundos e VarinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora