Na vibrante Broadway, Julie, uma talentosa atriz em ascensão, troca olhares intensos com Javon Walton durante uma emocionante peça teatral. Meses depois, Julie recebe um convite intrigante de Jayla, irmã de Javon, para passar as férias de verão na c...
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J U L I E S A N T I N E
QUINTA-FEIRA 30-06-2023 16:36
O vento soprava firme, fazendo com que meus cabelos dançassem em torno do meu rosto, enquanto eu e Javon estávamos à beira de uma pedreira que caía em direção ao infinito, o abismo logo abaixo de nós. A paisagem ao redor era ao mesmo tempo deslumbrante e ameaçadora, com penhascos íngremes e rochas que pareciam segurar histórias antigas, esculpidas pela passagem do tempo. O sol estava começando a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho, mas o frio cortante que vinha com o vento deixava claro que a noite estava perto.
Diante de nós, Maya se aproximava com passos decididos, suas botas esmagando a vegetação rasteira com força. Ao lado dela, um garoto que eu mal lembrava o nome seguia hesitante, como se soubesse que estava ali por obrigação e não por desejo. O semblante de Maya estava distorcido pela raiva, seus olhos fixos em Javon, como se cada passo que ela dava fosse um golpe dirigido diretamente a ele.
— Javon, não acredito que você trouxe outra garota pra cá — Maya vociferou, sua voz impregnada de uma mistura de mágoa e incredulidade, ecoando na pedreira ao nosso redor.
Eu quase ri de puro desdém. A situação era surreal, e a presença dela ali, naquele lugar que eu começava a considerar especial, parecia uma provocação absurda.
— Essa garota só pode estar brincando — soltei, mais para mim mesma do que para qualquer outra pessoa, o tom sarcástico escapando de meus lábios enquanto meu corpo se enchia de uma tensão crescente, os músculos prontos para reagir a qualquer ameaça.
Senti a mão de Javon pousar suavemente em meu ombro, sua voz baixa contrastando com a hostilidade no ar.
— Relaxa, Ju, só vamos embora daqui — ele sussurrou, tentando me acalmar, mas havia algo em seu tom que parecia carregado de resignação, como se soubesse que aquela situação só podia terminar de uma maneira: com um confronto.
Maya, no entanto, não estava disposta a deixar as coisas terminarem assim. Seus olhos, agora voltados para mim, eram duas brasas de fúria.
— Isso, escuta o que ele disse, garota. Sai daqui — ela vociferou, o dedo indicador apontado em minha direção como uma acusação viva, seu corpo inclinado levemente para a frente, como se estivesse pronta para me atacar fisicamente.
A raiva queimava dentro de mim como um fogo que ameaçava escapar a qualquer momento. A ideia de jogá-la dali, de vê-la despencar para o abismo, passou pela minha mente com uma clareza assustadora. Eu podia sentir o calor do ódio fervendo sob a minha pele, e não estava faltando muito para que eu realmente agisse de acordo com esse impulso.
— Não, a gente estava aqui primeiro. Esse é o seu lugar especial? — disse, minha voz agora mais firme, meus olhos fixos em Javon, buscando alguma confirmação em sua expressão — Se alguém vai sair daqui, é ela e esse cachorrinho domado dela — virei-me para encarar Maya diretamente, minhas palavras pingando veneno, enquanto o garoto ao lado dela abaixava os olhos, envergonhado.