Na vibrante Broadway, Julie, uma talentosa atriz em ascensão, troca olhares intensos com Javon Walton durante uma emocionante peça teatral. Meses depois, Julie recebe um convite intrigante de Jayla, irmã de Javon, para passar as férias de verão na c...
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J A V O N W A L T O N
SEGUNDA-FEIRA 04-07-2023 05:43
Eu acordo aos poucos, sentindo a luz do sol penetrar suavemente pelas frestas da janela que ficou aberta durante a noite. A claridade toca meus olhos, forçando-os a se apertarem momentaneamente. A leveza do ar da manhã invade o quarto, mas o conforto do calor do corpo ao meu lado é o que realmente me chama a atenção. Sinto um peso familiar sobre meu braço, e ao abaixar o olhar, encontro Julie, profundamente adormecida, encaixada contra mim. Seus cabelos levemente bagunçados pelo sono caem desordenados sobre o travesseiro, mas nada parece tirar a calma de sua expressão serena. Suas pálpebras estão fechadas, e seus lábios ligeiramente entreabertos soltam uma respiração tranquila, compassada. Eu me pego pensando em como ela consegue ser tão bonita até enquanto dorme, sem o menor esforço.
Minha mente ainda está lenta, imersa naquela neblina de quando o sono começa a ceder lugar à consciência, mas sinto o impulso de protegê-la ainda mais. Volto a envolver meu braço ao redor de sua cintura delicadamente, como se quisesse prolongar o momento por mais alguns minutos. Para minha surpresa, mesmo inconsciente, ela responde ao meu toque, apertando meu braço como se procurasse instintivamente o calor do meu corpo para se aconchegar ainda mais. Seu corpo se ajusta, encostando-se a mim de forma ainda mais íntima, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu sorrio suavemente, mesmo sabendo que essa paz não vai durar muito tempo.
Uma sensação incômoda me atravessa de repente. Será que eu tranquei a porta ontem à noite? Meus olhos se voltam brevemente para o canto do quarto, como se isso pudesse me dar alguma resposta. O relógio na parede me diz que ainda é cedo, mas não o suficiente para me tranquilizar. Se o horário estiver certo, não deve demorar muito para meu pai abrir aquela porta e me acordar para o café da manhã. Só de imaginar a cena, meu estômago dá um nó. Ontem já levei uma bronca, e se ele ver Julie aqui, deitada na minha cama, vai ser outra história para ouvir. Posso quase sentir o peso de seu olhar severo, o tom de sua voz grave me questionando, sem paciência para desculpas.
Me viro lentamente, sem querer acordar Julie. Decido que a melhor solução para o momento é me render ao cansaço e voltar a dormir, mesmo que só por mais alguns minutos. Aconchego-me a ela novamente, desta vez enfiando meu rosto na curva de seu pescoço. O cheiro doce de seu perfume, misturado ao aroma natural da pele dela, me acalma de imediato. Eu suspiro, tentando aproveitar esse breve momento de paz antes que o dia comece de verdade. Hoje tem um rolê na casa do Jax, e a verdade é que eu simplesmente não consigo mais fingir que não sinto nada por Julie. Está tudo cada vez mais claro para mim, e sinto que preciso falar com ela. Preciso dizer o que está preso dentro de mim, desde o momento em que a beijei pela primeira vez. Não posso deixar essa oportunidade escapar. Se ela não sentir o mesmo, pelo menos terei tentado. Só temos mais algumas semanas com ela aqui, talvez duas ou três, e não posso desperdiçar esse tempo. Na festa do Jax, vou falar. Tenho que falar.
