Na vibrante Broadway, Julie, uma talentosa atriz em ascensão, troca olhares intensos com Javon Walton durante uma emocionante peça teatral. Meses depois, Julie recebe um convite intrigante de Jayla, irmã de Javon, para passar as férias de verão na c...
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J A V O N W A L T O N
QUINTA-FEIRA 00:22 30-06-2023
A insônia me impedia de encontrar descanso, e uma enxurrada de pensamentos rodopiava incessantemente na minha cabeça. Jayla passou um bom tempo conversando com Julie no quarto depois que chegamos, e ela pareceu mais calma. No entanto, nunca é possível ter certeza com Julie, já que ela está sempre sorrindo. Não que isso seja ruim; seu sorriso é deslumbrante, mas torna difícil compreender seus verdadeiros sentimentos.
Eu me revirava na cama, antecipando que, mais cedo ou mais tarde, Jaden, que dividia o quarto comigo, iria reclamar. Decidi levantar e procurar algo para comer.
Com cuidado, tirei o lençol de cima de mim e caminhei silenciosamente até a porta. Se eu acordasse o Jaden, ele certamente ficaria furioso. Desci as escadas com passos leves em direção à cozinha, mas assim que cheguei aos pés da escada, ouvi um som que me fez parar. Era o som do balanço da varanda se movendo, suas correntes rangendo suavemente no silêncio da noite. Acompanhei esse som até ouvir uma voz doce cantarolando uma música que eu não reconhecia, mas era inconfundivelmente a voz de Julie.
Fui até a porta, que estava entreaberta, e me escorei nela, observando a cena à minha frente. Julie estava no balanço da varanda, seu cabelo esvoaçando ao sabor da brisa noturna. Ela vestia uma blusa larga que parecia um vestido, balançando-se lentamente enquanto olhava para o lago à nossa frente. A lua lançava um brilho prateado na superfície da água, criando um cenário quase etéreo.
—Amor da minha vida, Daqui até a eternidade Nossos destinos foram traçados Na maternidade— ela cantava, sua voz suave e melódica, os olhos perdidos em algum ponto distante.
Julie cantava maravilhosamente bem, o que não era surpresa, já que ela era uma estrela da Broadway.
—Paixão cruel, desenfreada, Te trago mil rosas roubadas Pra desculpar minhas mentiras Minhas mancadas— A voz desse anjo em minha frente me hipnotizava— Exagerado, Jogado aos teus pés Eu sou mesmo exagerado, Adoro um amor inventado— Ela cantava o refrão animada e, finalmente, se virou, notando minha presença.
—Continua, sua voz me encanta, mesmo que eu não entenda nada— eu disse, começando a caminhar na direção dela.
—Um dia prometo te ensinar português— ela respondeu com um sorriso, aquele sorriso que sempre deixava tudo mais brilhante. Sentei-me ao seu lado no balanço, sentindo a madeira fria sob mim.
—O que você está fazendo aqui fora?— perguntei, também olhando para o lago, onde a lua continuava seu reflexo.
—Só pensando— respondeu ela, sua voz saindo fraca, quase um sussurro.
—Insônia de novo?— perguntei, voltando meu olhar para ela.
—Sim, para variar— ela soltou uma risada fraca. —E você, insônia também?— perguntou, nossos olhares finalmente se encontrando.
