07. incontro.

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Primeiro: me desculpem pela demora pra postar esse capítulo, eu tava toda enrolada em outras coisas, acabei por não ter tempo, mas agora tá aí, aproveitem.

(O título não tá escrito errado, é que "encontro" em italiano é assim kkkkkk)

Curtam e comentem!

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O suor descia pelo meu rosto, tornando impossível de enxergar caso eu não tirasse o excesso com o dedo. Zé Roberto não maneirou no treino de hoje. Em 2 horas, tivemos só 20 minutos de descanso. Eu, Julia B. e Thaisa estávamos treinando bloqueio, com o foco na impulsão do salto e no controle dos braços. Ana Cristina e Gabi alternavam entre si pra sacar a bola.

Ficamos cerca de 20 minutos sem descanso ali. Já estava quase morrendo e só aí eu percebi que as pausas nos treinos valiam mais que ouro. Thaisa gritava sempre que conseguíamos bloquear alguma bola, mesmo que também estivesse cansada. Isso, na hora do jogo, ajudava de uma maneira absurda.

— Ótimo, meninas. Vocês foram ótimas hoje. Treino encerrado. — Escuto a voz de Zé Roberto ecoar pela enorme quadra e como se meu corpo tivesse programado pra aquilo, me deito no chão, respirando fundo.

— Treino pesado do cacete. — Thaisa fala, fazendo a mesma coisa que eu.

— Ai, olha, nem me fale. Se demorasse mais um tiquinho, eu ia criar asas de tanto pular. — Escuto Julia reclamar.

— O que tem a ver criar asas com pular? — Pergunto dando uma leve risada.

— Ai, amiga, eu também não sei. Foi esse treino do cão que tá mexendo comigo. — A ruiva responde.

Dou uma risada com a resposta.

Ainda tentando descansar o meu corpo, foco meu olhar no teto da quadra. Quem olhasse pra mim acharia que eu estou pensando em alguma coisa, mas minha mente estava em um completo caos. Tenho tantas coisas pra pensar que eu não conseguia achar uma em específico pra focar.

Em tempos de Olímpiada a minha mente não deveria estar tão atordoada assim, mas é desse jeito que ela se encontra. Se eu estivesse em um desenho animado, seria possível ver a fumaça saindo da minha cabeça.

Essa era a primeira Olímpiada que eu passo casada com Anne e não poderia estar sendo pior. Ela estava tão focada nisso que esqueceu completamente de mim. Desde que eu cheguei, só vi ela uma única vez e ela, ao invés de ficar comigo, saiu pra varanda e ficou conversando com alguém, que eu deduzi ser um parente. Eu realmente não julgo ela estar focada, até porque eu também estou, mas eu jamais esqueci dela, nunca deixei o nosso relacionamento de lado.

O pior é que não é de hoje que ela está assim. Esse distanciamento aleatório dela vem acontecendo desde o início desse ano. Desconfio que ela esteja me traindo? Sim, tenho tempo pra investigar isso mais a fundo? Não. Se ela tiver realmente me traindo, isso me abalaria de uma forma inexplicável, por isso eu prefiro deixar pra lá e focar totalmente no que eu tenho que fazer daqui pra frente, que é treinar, jogar, treinar, jogar e ganhar.

— Terra chamando, Carol. — Saio dos meus devaneios com Thaisa me chamando. A loira estava na minha frente, braços cruzados e um leve sorriso no rosto. Daqui debaixo ela parecia um verdadeiro poste.

— Oi, loirinha. — Estico meus braços e ela me ajuda a levantar. — O que foi? — Pergunto quando ela começa a andar. Não perco tempo e dou um tapa na bunda dela como cumprimento. Tem que ter.

— Tu tava deitada no chão com os olhos fechados, achei que tava dormindo.

— Ah, nem. Eu tava pensando, só. — Thaisa balança a cabeça, assentindo.

Speranza. - Carol x You.Onde histórias criam vida. Descubra agora