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_Mas o que está acontecendo com essa menina?_ dona Marta pergunta.

Ela não obtém respostas porque sua pergunta foi feita para o nada, mas questionou isso quando a loira desceu para o café da manhã mas logo subiu pelo fato de um novo enjôo ter lhe aparecido.

_Já tem mais de semana isso_ diz a mulher baixinho.

Dona Marta é uma mulher esperta, não deixa as coisas passarem tão despercebidas assim, lá no começo já havia notado algo de diferente entre a loira e a nova funcionária da nova fazenda, jamais viu a baixinha olhar com tanto amor e carinho para alguém, não demorou para entender que ela estava gostando da morena, mesmo que embora pudesse parecer errado aquela relação.

Os dias foram se passando e dona Marta continuou notando as diferenças entre uma e outra, notou as aproximações das duas mulheres, Soraya passou a sair mais da casa para ir fazer passeios, coisa que fazia bem pouco, levava algumas coisas para as plantações e sabia que era para a morena, ficara feliz em ver a loira naquela animação, sempre quis vê-la feliz.

_Tenho medo de você se machucar, menina_ comenta.

A mais velha sabe o que pode acontecer quando seu José Augusto descobrir esse envolvimento da funcionária com a filha, quem sabe ela esteja enganada e ele não faça uma besteira, mas conhece bem o homem, a não ser que por confiar tanto na morena, deixaria que essa relação fosse adiante, uma separação entre as duas faria a loira sofrer muito, Marta tem certeza disso, a loira ama essa mulher, e mesmo com essas confusões de Simone, continua apaixonada por ela.

_Marta, já estou indo, cadê Soraya?_ José chega ali perguntando.

_Subiu para ir estudar_ mentiu, não ia dizer a verdade.

_Diga que eu já fui, estou um pouco atrasado, amanhã pela noite estou chegando_ avisa.

_Claro, estaremos aqui aguardando o senhor, boa viagem e bons negócios seu José_ disse ao mais velho.

_Obrigado Marta, até mais_ falou.

O homem pegou apenas uma maçã e saiu da cozinha e foi no rumo da varanda, encontrou com Simone, ela o levaria para pegar o vôo, como tem sido desde sua chegada para trabalhar na fazenda, logo os dois estavam na estrada, mas os pensamentos da morena estavam longe.

_Simone, quero fazer um pedido_ fala o homem.

_Pode pedir seu José_ lhe olhou rapidamente.

_Se a minha estiver se sentindo mal, por favor a leve no hospital da cidade, ou chame o doutor, Marta sabe do número dele_ diz.

_Claro, aconteceu alguma coisa com sua filha?_ pergunta.

_Talvez anda acontecendo e ela não quer dizer, não sei se aqueles enjoos voltaram, temo que ela esteja doente, a minha menina_ fala preocupado.

_Tudo bem, eu farei isso seu José_ falou.

O restante do trajeto foi silencioso, Simone só ficou pensando naquela loira, em como ela estava agora, o que poderia estar sentindo, não a viu desde a manhã de ontem para o almoço e nem o restante do dia, assim como não a viu no café da manhã mais cedo hoje.

Na fazenda, no andar de cima estava Soraya chorando encolhidinha em sua cama, começava a pensar agora no que seria esses sintomas que passou a ter, tem medo de ser o que pensa que é, ainda não tem nem seus vinte completo e já estaria grávida.

_Isso não pode está acontecendo_ murmura.

Marta está preparando um chá para levar à loira, a mais velha esperta como é, já desconfia o que pode ser, agradece que seu José não esteja e aí poderá ter uma conversa melhor com a jovem sobre isso.

A pistoleira Onde histórias criam vida. Descubra agora