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★ 8 ★

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No domingo decidi descansar ao máximo, viajar era extremamente cansativo até porque ter uma viagem de 5 horas mais a briga dos dois não deu muita brecha para descanso de verdade.

***

Após o almoço tivemos aula de geografia, para minha surpresa eu tinha que ter feito uma atividade.
- Você não fez? - Hitoka perguntou.
- Não, quando ela passou?
- Sexta.
- Ah, fui direto para o clube e no sábado fomos-
- Para Tokyo. É, tudo agora é para o clube.
- Ei.
- Tudo bem Sana, eu entendo suas prioridades agora. - Seu tom não foi nada suave. - Sinto que estou ficando de fora da sua vida.
- Eu nunca quis que se sentisse assim. Estou me dedicando por causa do campeonato de primavera, depois disso as atividades são mais leves e exigem menos, é questão de tempo.
- Tempo é o que eu mais tenho dado a você.
- Você sabe que ainda é minha melhor amiga, não te deixei para trás, até pensei em te ligar quando estávamos em Tokyo.
- Mas não ligou.
Ela se levantou e foi até a mesa da professora com seu caderno, quando voltou, não falou comigo pelo resto da aula.

Noya e Tanaka perceberam que eu não estava bem quando me buscaram na sala e eu estava menos falante, foi ainda mais fácil para Sugawara que só precisou bater o olho em mim.
- A gente conversa em casa. - Ele deu um aperto no meu ombro.

Todos estavam extremamente motivados a começar a treinar para as eliminatorias de fato.
- Sana-chan, você está bem? - Kiyoko me perguntou enquanto observavamos o treino.
- Mais ou menos, mas vou ficar. - Disse enquanto anotava o desempenho de Asahi.
- Conta comigo se precisar. - Ela me deu um sorriso de garantia, ela era muito legal.

Fomos o caminho todo em silêncio, Sugawara sabia que era isso que eu precisava. Quando chegamos - Depois de um bom banho e do jantar -, Suga veio até meu quarto:
- O que aconteceu?
Contei tudo a ele.
- É fácil se perder naquilo que nos apaixona, mas você precisa lembrar que a Hitoka também tem sentimentos. - Ele disse.
- É difícil equilibrar tudo. - Assumir aquilo me fez lacrimejar.
- E você não precisa. Mostre a ela que você se importa, mesmo nos pequenos gestos.
Concordei com a cabeça.
- Você tem razão.
Liguei a tela do meu celular, 22:47.
- Falte amanhã e faça tudo aquilo que estiver em atraso, sua frequência é boa. - Ele me aconselhou.
- É, vou fazer isso mesmo.
- Quer que eu durma aqui?
Ouvir ele dizer isso me fez entrar em um flashback instantâneo de todas as vezes que, no primário, tive medo de um monstro embaixo da minha cama, ou no fundamental antes de tomar alguma decisão minimamente importante, pedi que Suga dormisse comigo.
- Por favor.

E realmente, no dia seguinte fiz todas as atividades que tinha pendente, que não passaram de 3, tinha me desesperado a toa.
- E quanto a Hitoka? Já se resolveram? Deveria ligar para ela - Minha mãe perguntou e parecia que todos na minha casa tinham sempre o melhor conselho na ponta da língua.
- Vou ligar. - Sorri para ela.

Depois do almoço, encarei o contato de Hitoka por alguns segundos antes de ver a mensagem que tinha chegado.

Depois do almoço, encarei o contato de Hitoka por alguns segundos antes de ver a mensagem que tinha chegado

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Não demorou muito para que ela batesse em minha porta:
- A gente pode conversar?
- Claro.
- Também faltei hoje, estive pensando sobre o que conversamos antes... Eu não queria parecer tão exigente, mas é difícil não me sentir deixada de lado.
- Eu sei... E eu também estive pensando, você tinha razão.
- Eu não quero que você abra mão do que gosta, só quero que não deixemos de estar próximas.
- Não vamos, nunca.

É fácil demais resolver qualquer conflito com alguém que você conhece desde o primeiro ano do fundamental.
Passamos a tarde toda comendo doces e falando de coisas fúteis, estávamos precisando de um momento desses.

Quando anoiteceu eu e meu pai levamos Hitoka até a casa dela e quando oferecemos para buscar Suga ele recusou, alguns minutos depois de chegar em casa entendi o porquê.
- Sana-chan!! - Ouvi Hinata gritar.
Abri a porta e vi o time todo, Sugawara na frente.

- Você não vai no clube então o clube vem até você. - Hinata disse e Daichi deu um aceno com a cabeça.
- Entrem para jantar. - Minha mãe apareceu na porta com um sorriso simpático.
Alguns entraram - Daichi, Asahi, Noya Tanaka, Hinata e Kageyama - me cumprimentando e em seguida meus pais, os demais se despediram por seus respectivos motivos, Tsukishima foi o último.

Assim que ele me cumprimentou me virar para entrar também.
- Ei. - Ele disse não muito alto.
Olhei para ele, mexendo em sua bolsa.
- Sugawara disse que você gostava uma vez... Eu acho, não importa.
Ele me deu um papel com um embrulho branco, simples.
- Obrigada...? - Eu olhei para ele.
- Hm. - Ele acenou com a cabeça.
Acenei de volta e vi sua mão se aproximar para afastar a mecha de cabelo que sobrepôs meu rosto.
- Tchau, obrigada. De novo. - Disse, esperando que a luz fraca da rua não revelasse meu rosto corado.
- De nada. - Ele disse. - Tchau.
Ele saiu e Sugawara foi o único que observou a cena.

Antes de ir jantar, fui até o meu quarto e desembrulhei o pacote, uma caixa de tulipas de Lego. Estava na minha lista de desejos há um bom tempo.

 Estava na minha lista de desejos há um bom tempo

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✉️ Notas:
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Através De Mim · 𝘛𝘴𝘶𝘬𝘪𝘴𝘩𝘪𝘮𝘢 𝘒𝘦𝘪Onde histórias criam vida. Descubra agora