Capítulo 19

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Finn já estava no quarto após dias ruins isolada e de dois dias na UTI, ela estava tão bem e sorridente como se nem tivesse passado por esse pesadelo todo, realmente não parecia estar doente. Hoje ela fez alguns exames para ver se estava tudo bem e um deles era o da audição, Finn estava realmente com dificuldade para escutar quando falávamos com ela, e eu espero que isso não seja tão grave, não aguento passar por mais dias de pesadelos.

Agora ela estava na cama brincando com as bonecas que ela ganhou dos tios, todos estavam animados com a recuperação dela. Ela merecia ser paparicada por todos.

— Nem parece que ela esteve tão mal. — Ela ainda estava recebendo oxigênio pela cânula para ajudar um pouco, mas a saturação dela tem melhorado. — Eu estou feliz por ver a nossa filha sorrindo e brincando novamente.

— Eu também, querido.

— O que me preocupa agora é a audição dela.

— Amor, nós vamos fazer o possível e ela vai usar o aparelho auditivo se realmente precisar.

— Sim.

— O importante é que ela está viva e com a gente. — Deitei a cabeça no ombro do Will e sorri. — Agora só temos que aproveitar a nossa família.

— Sim.

— Eu só queria ir logo para casa e ficar com os nossos filhos. — Falei.

— Só mais alguns dias e a Finn vai sair daqui.

— É o que eu mais quero. — Sorri olhando para ela. — Ficar longe desse hospital é o meu maior sonho.

— Só mais alguns dias.

— Sim.

— Com licença. — Becky entrou no quarto e foi até a Finn. — Olá, pequena. — Ela falou um pouco alto. — Como tem se sentido hoje? — Finn virou a cabeça para escutar, parecia que o lado direito era o melhor lado. — Eu estou vendo que ganhou mais brinquedos.

— Sim. Eu to bem. — Finn disse e voltou a brincar com as bonecas.

— Becky, você viu? — Perguntei preocupada, com medo do que iria acontecer.

— Sim. — Ela puxou a cadeira que estava perto da cama e se sentou na nossa frente. — Eu recebi os exames, todos os exames.

— E como ela está? — Will perguntou. — Podemos ir para casa?

— Só mais uns dias e ela vai para casa.

— Mas ela está bem? — Perguntei.

— Sim. A saturação está melhorando, o coração trabalhando perfeitamente, o cérebro perfeito como sempre. — Ela disse enquanto olhava os resultados. — Os exames de sangue normais. Mas infelizmente a sequela auditiva deu positivo. — Olhei para a minha menina que ainda brincava. — Mas isso tem solução para ajudar ela a escutar.

— Então ela vai precisar do aparelho?

— Sim, Emory. Ela consegue escutar bem do lado direito, o lado esquerdo foi mais afetado. — Becky nos mostrou o exame. — O direito teve uma perda moderada, 37 decibéis e ela vai ter uma dificuldade em escutar alguém falando em um local ruidoso. Já o esquerdo. — Ela mostrou o outro resultado. — Foi severo, ela perdeu 80 decibéis.

— Essa perda seria como a audição de um idoso? — Perguntei.

— mais ou menos isso.

— Ok.

— Mas ela vai levar uma vida normal, vai escutar direito com o aparelho auditivo e precisa de acompanhamento.

— Ela pode ficar totalmente surda?

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