Capítulo 8

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Eu só dormi depois que me deram alguma coisa para dormir, não estava conseguindo pegar no sono e descansar por estar pensando na minha filha se ela estava melhorando ou não, ficar aqui presa é uma angústia sem fim. Algumas vezes que acordei pude escutar alguém chorando e tinha certeza de que era o Will, não estava sendo fácil para nenhum dos dois. Cada momento que se passava era uma agonia e só queríamos saber sobre a nossa menina, sobre a nossa princesa.

— Oi! — Banks entrou no quarto com uma sacola. — Eu trouxe um café da manhã reforçado, ninguém merece comer comida ruim de hospital.

— Cadê a Winter?

— Ela foi para o hotel. Eu fiquei encarregada de ficar com você, mandei o Will ir até o hotel tomar um banho e trazer umas roupas para você. — Ela colocou as comidas na bandeja a minha frente. — Ainda bem que tivemos tempo de passar na sua casa e trazer a mala da bebê.

— Ela nem vai precisar.

— Emmy, eu tenho esperanças de que a pequena Torin vai sair daquela incubadora e nós vamos para casa com ela.

— Eu acho que isso é castigo por fazer mal aos meninos.

— O seu castigo já aconteceu. — Banks deu um gole no café dela. — Nenhuma notícia?

— Só que a saturação continua na mesma, o que não é ruim.

— Nenhuma mãe deveria passar por uma coisa dessas.

— É.

— Já pensou num nome? Tem que ser um nome forte para ela. — Encarei a Banks e ela sorriu. — A única Nova Iorquina da trupe.

— Ainda não. — Eu enxuguei as lagrimas que resolveram cair. — Não parei para pensar num nome legal para ela.

— Tem que ser um nome forte para uma Grayson.

— Sim.

— Come alguma coisa, por favor, você tem que se alimentar para o seu leite não secar.

— Eu já tirei muito hoje. — Comecei a rir. — Me sentindo uma vaca-leiteira.

— Não fala assim. — Banks tentou segurar o riso, mas não aguentou e começou a rir. — Sendo ordenhada por uma máquina.

— Ai que horror. — Digo rindo.

— Ela tem que te ver assim. — Peguei a salada de frutas e comecei a comer. — Muito bem!

— Trate de terminar o seu café da manhã. — Will entrou no quarto carregando a bolsa da bebê. — Eu falei com a pediatra de plantão e ela disse que a saturação continua na mesma, mas isso não é uma novidade tão ruim assim.

— Não?

— Não. Assim que terminar de comer vamos ver a nossa menina.

— Eu não sei se aguento.

— Mas precisamos. Banks, obrigado por pegar as coisas da bebê.

— Vocês precisavam das coisinhas dela. — Banks se aproximou e me beijou na bochecha. — Eu vou para o hotel agora, mas eu venho mais tarde.

— Obrigada.

— Até mais tarde, casal.

— Você a viu? — Perguntei assim que o Will se aproximou.

— Só ontem. Mesmo coberta com aquela coisa branca e com sangue é linda.

— A Indie deve estar ansiosa para conhecer a irmãzinha.

— O Ivar falou comigo hoje. — Will disse e começou a rir. — Já querendo saber da menina favorita dele.

— Você disse que é uma menina.

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