Eu só queria os meus pais, queria sentir os braços da minha mãe e escutar a sua voz dizendo que tudo iria ficar bem, ou escutar o meu pai cantando todo desafinado enquanto dançava com ela, ver meus irmãos nem que fosse pela última vez e dizer que eu os amo muito. Mas isso não vai acontecer. Nunca mais vou ver minha família, nunca mais vou falar eu te amo para eles.
Cada dia que passa eu penso que nunca mais vou ver eles e só quero logo que isso acabe de uma vez, mas parece que tudo estava contra e prolongava todo o meu sofrimento. Eu estava com a barriga doendo de tanta fome e não conseguia comer muito, a comida era realmente ruim e ninguém iria conseguir comer aquilo, comi só um pouco e não me fez muito bem. Coloquei tudo para fora.
— Deixe aquela peste morrer. — Escutei a voz da mulher do lado de fora do quarto. — Se ela não quer comer não posso fazer nada.
— Já chega! — Grandão gritou. — A menina está morrendo aos poucos por causa de uma vingança idiota.
— Você já pensou que ele pode ter realmente morrido por causa da bebida?
— O meu Martin não faria uma coisa dessas e ele odiava pescar.
— Como sabe? — Baixinho perguntou. — Como pode ter tanta certeza? Às vezes não conhecemos as pessoas.
— Eu o conhecia muito bem e sei que não faria isso.
— Ache o que quiser. — Escutei a porta abrindo e me encolhi. — Garota, eu trouxe o seu café da manhã. — Ele me estendeu um saco e me entregou um copo com leite. — O leite é de caixa, mas a comida é de uma padaria. Você precisa comer alguma coisa.
— Eu estou sem fome.
— Por favor, garota, come.
— Mais tarde eu volto e irei cuidar dela. — A mulher disse e me tremi, precisava sair daqui hoje. — Até a noite, Finn Grayson.
— Ela vai me matar. — Falei bem baixinho.
— Não vai.
— Baixinho.
— Cadê ela? — Perguntou ao grandão sobre a mulher.
— Acabou de sair. — Grandão disse. — Nós temos que arrumar nossas coisas e ir embora, agora não é mais com a gente.
— Nós temos que soltar ela. — Baixinho apontou na minha direção. — Nós não podemos deixar a menina aqui com aquela maluca.
— Não é da nossa conta, Baixinho.
— Foda-se o que ela tem nas mãos. — Baixinho se aproximou do grandão. — Nós também temos algo contra ela.
— O quê?
— Você acha que eu sou tão burro assim? — O baixinho sorriu e tirou um aparelho de celular. — Eu gravei cada conversa dela.
— O quê? — Notei que o grandão ficou surpreso.
— Você não é o cara que pensa, é o que planeja. — Voltou a guardar o celular no bolso. — Finn tem que ir para casa e se não for hoje não vai ser nunca.
— Como? Ela está muito fraca e não podemos a levar para a polícia, é arriscado demais.
— Eu sei que eles ainda estão procurando por ela e sempre tem pessoas perto daquela igreja abandonada.
— Você não deveria ter se aproximado é perigoso.
— Eu sei que poderiam ter me prendido e que me arrisquei muito, mas eu precisava saber como estavam às coisas e se iríamos nos ferrar por causa daquela desgraçada.

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Serendipity
Fiksi PenggemarEu sou Finn Grayson e ele nasceu destinado a ser meu. Ninguém pode com os Grayson, mas eu vim para honrar o nome do meu pai, vim para ser aquela que os inimigos tremem ao ouvir o meu nome. Eu sou Ivarsen Torrance e ela nasceu destinada a ser minha...