Apens a história de uma louca

O ROUBO DO MACUAHUITL

Após seus feitos impressionantes de pular do penhasco e derrotar cem guerreiros, Quetzalnahuac se tornou uma lenda viva entre seu povo. No entanto, seus amigos, sempre ávidos por testar seus limites, propuseram um desafio ainda mais audacioso: roubar uma arma sagrada, considerada um presente dos deuses.

. Esta arma sagrada era guardada no templo de Tezcatlipoca, o deus da noite e da guerra, e era reverenciada por todos os guerreiros astecas. Diziam que quem possuísse o Macuahuitl de Tezcatlipoca seria invencível em batalha.

Quetzalnahuac, com seu espírito indomável, aceitou o desafio. Na calada da noite, ela se esgueirou até o templo, suas habilidades furtivas a mantendo fora da vista dos guardas. O templo era um lugar de grande reverência, com paredes adornadas com pinturas e esculturas que contavam as histórias dos deuses e dos heróis astecas.

Ao entrar no santuário interno, Quetzalnahuac sentiu a presença poderosa de Tezcatlipoca. O ar estava pesado com a fragrância do incenso, e a luz das tochas lançava sombras dançantes nas paredes. No centro do santuário, sobre um altar de pedra, repousava o Macuahuitl sagrado. A arma brilhava com uma luz própria, como se estivesse imbuída com o poder dos deuses.

Com cuidado e respeito, Quetzalnahuac se aproximou do altar. Ela sabia que qualquer erro poderia ser fatal. Murmurando uma prece silenciosa aos deuses, ela estendeu a mão e pegou o Macuahuitl. No momento em que seus dedos tocaram a arma, uma onda de poder percorreu seu corpo, enchendo-a de uma força e coragem incomparáveis.

No entanto, o roubo não passou despercebido. Os guardas do templo, alertados pela presença divina de Tezcatlipoca, rapidamente se mobilizaram para capturar o intruso. Quetzalnahuac, agora armada com o Macuahuitl sagrado, enfrentou os guardas com uma ferocidade que nunca havia demonstrado antes. Cada golpe de sua espada cortava através das defesas dos guardas, e ela se movia com a graça e a velocidade de uma serpente emplumada.

Após uma batalha intensa, Quetzalnahuac conseguiu escapar do templo, levando consigo o Macuahuitl de Tezcatlipoca. Ela sabia que seu ato de bravura e sacrilégio a tornaria uma inimiga dos sacerdotes e guerreiros de Tezcatlipoca, mas também sabia que agora possuía uma arma de poder incomensurável.

A partir daquele dia, Quetzalnahuac foi reverenciada não apenas como uma guerreira destemida, mas também como uma escolhida dos deuses. Sua lenda cresceu ainda mais, e muitos acreditavam que ela estava destinada a realizar feitos ainda maiores.