SOULMATE | Namjin - Volume 2

Capítulo 28

Na casa de Namjoon, a situação ainda estava crítica. Seokjin guiou Hoseok até um dos quartos, o ômega estava visivelmente abalado, suas mãos tremiam levemente, e o olhar distante, como se ele estivesse preso em um redemoinho de emoções conflitantes.

Yoongi, sempre prático, verificou o estado de Hoseok, administrando calmantes para ajudar a aliviar a tensão que o consumia. Em um gesto cuidadoso, ele fez curativos nos joelhos ralados do ômega, tentando ao máximo confortá-lo.

— Isso vai ajudar você a se sentir melhor – disse Yoongi em um tom suave, mas firme, enquanto terminava de colocar os curativos. Ele evitava contato visual direto, sabendo que Hoseok precisava de espaço para processar tudo o que estava acontecendo

Pouco depois, o remédio começou a fazer efeito lentamente, e Hoseok, finalmente adormeceu. O sono era inquieto, e seu rosto, mesmo adormecido, expressava uma angústia profunda. Um tempo se passou, e ele acordou, piscando lentamente, como se estivesse tentando ajustar-se à realidade que o aguardava.

O quarto estava silencioso, exceto pelo som suave da respiração de Jackson, que estava sentado no chão ao lado da cama, enquanto observava Hoseok com uma preocupação visível.

Assim que Hoseok abriu os olhos, Jackson decidiu que era hora de falar. Ele sabia que não podia mais adiar aquela conversa.

— Oi, Hoseok. Está um pouco mais calmo? – Wang perguntou, com a voz baixa, quase um sussurro, como se temesse perturbar a frágil paz que havia se estabelecido

Nesse momento, Seokjin entrou no quarto, carregando uma bandeja repleta de comida. O aroma reconfortante encheu o ambiente, mas Hoseok parecia alheio a isso. Seus olhos, ainda nublados pelos efeitos do remédio, fixaram-se em Jackson, tentando captar a urgência nas palavras do ômega.

— Estou sim... obrigado por se preocupar – respondeu Hoseok, ainda lento por conta do remédio

De repente, sem aviso, Jackson começou a chorar silenciosamente. As lágrimas escorriam por seu rosto, traçando caminhos de tristeza profunda e arrependimento. Ele pegou a mão de Hoseok, segurando-a com força.

— Hoseok... m-me desculpe por isso. Eu quis ajudar e sinto que estraguei tudo, m-me perdoa – disse Wang, soluçando entre as palavras

Hoseok, ainda atordoado, olhou para Jackson por um longo momento. Ele podia ver a sinceridade naqueles olhos marejados, assim como o peso da culpa que o ômega carregava. Soltando um suspiro profundo, ele soube que não adiantaria culpá-lo, ambos estavam presos em uma situação que nenhum deles podia controlar. Hoseok sabia que as coisas não poderiam ser desfeitas, mas também sabia que Jackson estava apenas tentando fazer o que era certo.

— Tudo bem, Jackson. Vem aqui – disse Hoseok, sentando-se na cama e puxando o ômega para um abraço apertado. O toque era um lembrete de que, mesmo em meio ao caos, ainda havia uma conexão humana que podia oferecer algum consolo — Você fez bem em revelar tudo. Não sabemos se a mãe dele está armando algo... A culpa foi minha por não ter contado antes – completou Hoseok, com a voz mais estável, como se estivesse tentando convencer a si mesmo tanto quanto a Jackson

Seokjin, que havia observado a cena em silêncio, sentiu uma onda de compaixão e decidiu que era hora de oferecer seu apoio. Ele se aproximou, deixando a bandeja em cima da mesa, e sentou-se ao lado dos dois.

— Jackson, você é uma boa pessoa. Consigo ver isso no seu olhar – começou Seokjin, suavemente — Mas, ao mesmo tempo, desde a sua chegada, notei a sua inquietação. O Yoongi me contou o que aconteceu com você. Não é fácil passar por tudo isso e acordar sem memória. Então, não se culpe. Nós não temos raiva de você, sinta-se acolhido por nossa família. Você não está sozinho. Tudo bem? – disse Seokjin, enquanto sua mão gentilmente acariciava o cabelo de Jackson, oferecendo um conforto silencioso