SOULMATE | Namjin - Volume 2

Capítulo 38 - Parte 3

Kim Jong-un sempre foi apaixonado por esportes. Quando criança, passava horas correndo atrás de uma bola com os amigos, sonhando em um dia ser um jogador profissional. Mas os sonhos da juventude foram logo sufocados pelas responsabilidades impostas pela família. O destino o levou a um caminho completamente diferente: o escritório frio e formal da Indústria Kim. Ali, sentado atrás de uma mesa repleta de papéis, ele observava os ponteiros do relógio se arrastarem, e os dias passando em um ritmo entediante.

O pedido dos avós, que ele respeitava imensamente, o prendia ao lado do irmão mais velho. Um homem sério, distante, que parecia carregar o peso do mundo nos ombros. Para Jong-un, cada reunião era um lembrete de quão distante estavam dos tempos em que eram apenas dois meninos brincando no quintal da casa da família. Agora, o irmão mal dava atenção ao próprio filho, e esse desprezo silencioso o incomodava profundamente. Ver Namjoon crescer sem o carinho que merecia despertava em Jong-un uma sensação amarga, uma tristeza misturada com frustração.

Ele sabia que algo precisava mudar. O cansaço daquela rotina sufocante se acumulava, e a ideia de passar o resto da vida preso àquela existência vazia se tornava insuportável. Foi quando a proposta apareceu como um sopro de ar fresco: comprar um clube de futebol. A oportunidade parecia ser uma saída perfeita, uma chance de voltar a se conectar com sua paixão e, ao mesmo tempo, escapar das amarras da indústria. Sem hesitar, Jong-un aceitou. A decisão foi tomada com o coração pulsando de alegria, mas também com a sensação de que, ao deixar aquela vida de empresário para trás, ele finalmente tomava as rédeas do próprio destino.

No entanto, essa não foi a única grande virada em sua vida. Dois anos antes de receber a proposta de compra do clube, Jong-un cruzou o caminho de Doyoon, um alfa que exalava carisma e confiança, mas cujo sorriso escondia intenções mais sombrias. Doyoon se aproximou aos poucos, com a aptidão de alguém que sabia como conquistar a confiança alheia. Ele era o tipo de pessoa que fazia cada palavra soar como um elogio, cada gesto como um ato de generosidade, mas Jong-un, imerso nas suas próprias inseguranças, não percebeu de imediato o que se escondia por trás daquela fachada amigável.

Doyoon não queria apenas amizade, ele vislumbrava uma oportunidade. Ser próximo do herdeiro da Indústria Kim significava abrir portas para negócios lucrativos, uma relação com benefícios que iam muito além da simples camaradagem. Ele teceu uma rede de mentiras cuidadosamente planejadas, fazendo com que Jong-un acreditasse na pureza de suas intenções. E, por algum tempo, Jong-un acreditou. Eles frequentavam os melhores restaurantes, viajavam juntos para eventos exclusivos, e, para qualquer observador, pareciam o retrato de uma amizade sólida.

Mas aquela relação, construída sobre falsidades, rapidamente começou a desmoronar. Doyoon cometeu o erro de mexer com o seu bem mais precioso, Kim Namjoon. Com o passar do tempo, Jong-un começou a monitorar Ivy, e um cúmplice apareceu. Diante disso, as mentiras, uma após a outra, começaram a emergir.

Jong-un, que sempre prezou pela honestidade e lealdade, se viu preso em uma teia de desconfiança. Ele questionava cada gesto, cada palavra, até que a verdade finalmente veio à tona, trazendo consigo consequências devastadoras. Doyoon não era apenas um amigo oportunista, mas alguém disposto a ir a extremos pelo dinheiro.

Jong-un se perguntava: até onde uma pessoa pode ir por ganância? Ele se culpava por cada escolha errada e, consequentemente, pelo impacto que essas decisões tiveram não apenas em sua vida, mas também na vida de seu sobrinho.

[...]

Na casa de Jong-un

Dentro da sala secreta, Ha-jun, estava próximo à mesa central, analisando os documentos e as coordenadas geográficas dispostas à sua frente. Ao confirmar a localização, o alfa tomou uma decisão importante.