SOULMATE | Namjin - Volume 2

Capítulo 38 - Parte 2

A viagem de volta foi tão silenciosa quanto a ida, mas agora o clima estava mais intenso e sufocante a cada quilômetro percorrido. A estrada de terra maltratada fazia o carro balançar enquanto a poeira se levantava em nuvens finas, mas cada um dos ocupantes se encontravam perdidos em seus próprios pensamentos, processando o que haviam descoberto na cabana.

Namjoon, sentado no banco da frente, olhava a paisagem pela janela, tentando juntar as peças soltas do quebra-cabeça, enquanto organizava o caos em sua mente, até que finalmente quebrou o silêncio que parecia se arrastar por longos minutos:

— Vocês perceberam que nada ali foi por acaso, não é?

— A carta, a porta falsa, o cômodo luxuoso... O Jong-un nos levou lá por um motivo muito específico. Mas as respostas que ele achava que encontraríamos não vieram tão facilmente quanto ele imaginava – acrescentou Ha-jun, ainda com os olhos focados na estrada à frente

— Alguém está controlando o jogo e não é só o meu tio – Taehyung murmurou, com os olhos fixos na pasta em que estavam os documentos encontrados — O documento que está mexendo com Wang... Se ele o reconheceu, significa que há algo muito maior por trás de tudo isso

Yoongi, atento ao menor sinal de desconforto de Wang, que estava ao seu lado, ajustou-se no banco, envolvendo o ômega em um abraço protetor. Seus dedos, embora firmes, acariciavam os cabelos do moreno com uma suavidade cuidadosa, tentando transmitir a calma que ele mesmo não sentia.

Ele sabia que seu namorado estava no limite, exausto tanto física quanto emocionalmente, mas também sabia que o grupo precisava de respostas, e Wang era a chave, mesmo que essas respostas estivessem enterradas em algum canto obscuro de sua memória.

— Ei, neném... – a voz de Yoongi era baixa, quase um murmúrio no silêncio. Ele esperou, pacientemente, até que Wang fez um leve movimento de cabeça, sinalizando que o escutava — Esse documento... ele é algum tipo de gatilho pra você? Você consegue se lembrar de algum detalhe, por menor que seja?

Wang suspirou, mantendo os olhos fechados, como se tentar acessar aquela memória fosse difícil demais.

— Eu... – ele hesitou, apertando os olhos em concentração — É como uma lembrança incompleta. Eu sei que já vi isso antes, mas tudo parece... embaçado. Só sei que algo está errado

— Você está fazendo um ótimo trabalho, Wang – Ha-jun interrompeu, lançando um olhar cuidadoso para o ômega — Não se force agora. Precisamos de você forte, e a última coisa que quero é que você sofra mais com isso

— Eu sinto que se eu lembrar, tudo vai fazer sentido. E ao mesmo tempo... tenho medo do que isso significa – disse Wang

— Isso é o mais perturbador – Namjoon comentou, enquanto mantinha os olhos no caminho à frente — Estamos lidando com algo que está além do que imaginávamos, e essa cabana não foi escolhida aleatoriamente. Foi uma mensagem

— Uma mensagem para quem? – Yoongi perguntou, erguendo uma sobrancelha, sem esconder o ceticismo — Porque, honestamente, se foi para nós, essa pessoa está brincando de gato e rato com a nossa vida. Entendo que o Jong-un nos levou até lá, e descobrimos que realmente era o ponto de encontro da Ivy e do cúmplice. Mas as respostas claras de quem é esse cúmplice ainda não temos. E isso está me deixando puto, porque claramente algumas coisas estavam faltando, e o cúmplice tirou antes de chegarmos de lá

Taehyung suspirou profundamente, passando a mão pelos cabelos encarando o documento que havia chamado a atenção de Wang. Seus olhos analisavam cada linha, cada detalhe, mas nada fazia sentido de imediato.

— Precisamos analisar isso em detalhes assim que chegarmos em casa. Não podemos agir impulsivamente sem entender o que está em nossas mãos – disse Taehyung, apontando para o documento