Capítulo 42

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Na manhã seguinte, todos os casais se arrastaram para fora de suas camas, carregando uma ressaca incômoda, como se tivessem recebido uma visita indesejada. Suas cabeças latejavam, e o corpo doía, envoltos em uma névoa confusa que borrava as memórias da noite anterior. Somente Jimin e Ji-hoon estavam livres desse tormento. Como ômegas grávidos, ambos haviam evitado as bebidas e despertaram sem nenhum desconforto físico.

Seokjin, por outro lado, estava longe de ter a mesma sorte. Ele despertou com uma dor de cabeça latejante, sentindo o lado oposto da cama vazio. O ômega abriu os olhos lentamente, tentando se ajustar à luz forte que invadia o quarto, e franziu a testa ao perceber que estava completamente nu e sem qualquer memória da noite passada.

O fisioterapeuta se espreguiçou, mas logo se arrependeu. Seu corpo parecia estar protestando diante das dores, e ao tentar se levantar, suas pernas não responderam como ele esperava, e antes que pudesse se equilibrar, caiu no chão com um baque surdo.

— Ai, meu Deus... parece que eu fui atropelado – Seokjin resmungou, apoiando-se na beira da cama com extrema dificuldade para se levantar

Cada músculo do seu corpo doía como se tivesse passado horas correndo uma maratona da qual ele não se lembrava. Com passos lentos e incertos, ele tateou as paredes, buscando apoio enquanto caminhava em direção ao banheiro.

Ao chegar à pia, jogou água gelada no rosto, na tentativa de espantar o sono. O impacto da água foi imediato, despertando o ômega com um choque refrescante. Seokjin escovou os dentes rapidamente, mas foi ao levantar os olhos para o espelho que o verdadeiro susto veio.

— O que é isso?... Eu entrei em alguma briga? – perguntou a si mesmo, incrédulo, enquanto examinava as marcas que percorriam seu corpo nu. Haviam manchas roxas e arranhões por sua pele. Era como se ele tivesse travado uma batalha na noite anterior

Decidido a se recompor, Seokjin caminhou até o chuveiro e ligou a água quente. O vapor logo envolveu o banheiro, trazendo uma sensação de alívio temporário. Ele fechou os olhos, permitindo que a água deslizasse pelo corpo, esperando que, talvez, as memórias da noite anterior voltassem aos poucos. Porém, seus pensamentos foram bruscamente interrompidos.

— AMOR, ESTÁ TUDO BEM AÍ? – a voz grave de Namjoon ecoou do outro lado da porta, e Seokjin quase deu um pulo, segurando-se para não escorregar

— Não grita, minha cabeça está prestes a explodir, Nam! – Seokjin respondeu, desligando o chuveiro e se enrolando na toalha antes de abrir a porta

Namjoon o aguardava do outro lado, sorridente, com um olhar que indicava que ele sabia mais do que Seokjin poderia se lembrar.

— Trouxe esses remédios para você – disse o alfa, estendendo alguns comprimidos e uma garrafa de água

Seokjin pegou os remédios com gratidão, mas o corpo inteiro ainda protestava. Ele gemeu ao tentar tomar a água, sentindo cada músculo tensionar.

— Obrigado, amor. Nossa, parece que participei de uma briga, estou todo dolorido – ele murmurou

— Não se lembra de nada? – o alfa perguntou, cruzando os braços e sorrindo como se tivesse uma história longa para contar

— Nada. E estou com medo. O que eu fiz? Não costumo beber, e pelo meu estado... – ele gesticulou para o próprio corpo — Não deu muito certo

— Por onde eu começo... – ele fez uma pausa teatral, mas Seokjin levantou a mão rapidamente

— Antes de me contar, posso dizer uma coisa? – Namjoon assentiu — Quero deixar claro que eu não sabia da boate, e meu intuito ao ficar não foi por conta dos alfas que iriam dançar. Inclusive, nem lembro de ter visto alfas fazendo show. Eu fiquei apenas dançando com os meninos e bebendo, entende?

SOULMATE | Namjin - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora