MANU
point of view.
Uma semana depois...
curtido por apollo.emici e outros
@manu.bortolli: 🧏🏼♀️— Será que dá pra botar o nome do filho de Pumba? — Barreto perguntou.
— Coitada da criança, já nasce cantando Hakunamatata — Guri falou e eu ri fraco.
Simplesmente decidi vir pro Rio De Janeiro do nada com o pessoal, hoje tem Coliseu e decidimos ficar aqui uma semana, meio que uma folga.
Nesse momento, estou no carro com Apollo, Guri e Barreto indo em direção pra casa que alugamos.
Eu tô bem quieta na minha por motivos de: estou com fome, e quando eu estou com fome eu viro o cão!
Demorou uns 20 minutos para chegarmos na casa, deixei eles pegando as malas e fui até a sala, onde estava Gabi, Maju, Kakau, Nath, Mari e Lino.
No total, estavam papo de 20 pessoas na casa, eu, Gabi, Gaby, Maju, Kakau, Nath, Mari, Lino, Carol — irmã de Jotapê, Sol, Jotapê, Magrão, Bask, Brennuz, Barreto, Apollo, Tavin, Ravena, Nle Dopre e Camila — sua namorada.
— Oi divas e lino — falei, dando um tapinha na cabeça dele. — O que tem pra comer hein? — perguntei.
— Que que cê' quer comer? — Mari perguntou.
— Alguma coisa gostosa! — falei e Lino estendeu o braço. — Falei coisa gostosa, não mofada!
———————
— Wl é o grande campeão da noite! — Negralha falou e a plateia aplaudiu.
Wl rimou pra caralho! O menino é foda.
Apollo perdeu na final pra ele, mas esta tudo bem por que Apollo não tava ali pra competir, mas sim pra se divertir.
Na verdade, ninguém tava ali pra competir de verdade, todo mundo queria mesmo era curtir. A energia da galera tava leve, como se fosse uma reunião de amigos antigos. Apollo tinha mandado bem, mesmo sem ganhar, e eu sabia que ele não ligava pra isso.
— Foi da hora, né? — ele disse, ainda sorrindo, me puxando de lado quando a gente tava saindo do palco.
— Mandou bem demais, tu sabe! — respondi, tentando soar animada, mesmo com o estômago ainda roncando. Ele me conhecia o suficiente pra perceber que algo estava errado.
— Tá com fome, né? — ele riu, me puxando mais pra perto. — Vamo resolver isso!
Eu revirei os olhos, mas não consegui evitar um sorriso. Ele sempre sabia. Fomos direto pra uma das barracas que ficavam do lado de fora do evento, vendendo hambúrgueres e comida rápida.
Quando estávamos esperando nossos pedidos, sentei no meio-fio e olhei em volta. O Rio de Janeiro à noite era outra vibe, uma mistura de caos e beleza que eu ainda não tinha visto em nenhum outro lugar.
Apollo chegou com os nossos pedidos, antes dele se sentar, ele me entregou a minha saladinha e um Red Bull, projeto fitness meio desequilibrado.
— Sabe um cara que eu sonho em fazer feat? — falei, quebrando o silêncio.
— Quem? — ele perguntou.
— Filipe Ret — falei, dando uma garfada na salada.
— Serião? — ele perguntou, impressionado e eu afirmei.
— Mas o antigo Ret, sabe? — perguntei.
— Sei sim — Apollo disse, balançando a cabeça, um sorriso de lado. — O Ret das antigas, com aquele flow pesado, sem tanto auto-tune.
Eu dei mais uma garfada na salada, refletindo sobre o que ele disse. Tinha algo nas letras antigas do Filipe Ret que me pegava diferente, algo mais cru, mais real, sabe? Era como se ele conseguisse traduzir o caos e a poesia da vida urbana de uma forma que fazia sentido pra mim.
— Acho que o som dele antes era mais... visceral — continuei, pensando alto. — Ele falava de ambição, de luta, mas também de derrota, de erro. Era mais humano, de certo modo.
Apollo me olhou com curiosidade, o sorriso ainda nos lábios, mas agora mais suave.
— E tu se identifica com isso?
— Total. Acho que todo mundo tem seus altos e baixos, mas no fim das contas a gente tem que encontrar um jeito de seguir, de fazer a parada acontecer. É isso que eu admiro nele, a persistência, sabe? Mesmo quando tudo tá desmoronando.
Apollo assentiu, pensativo.
— Faz sentido. Acho que todo mundo tem um pouco disso, mas poucos sabem expressar desse jeito. Cê devia falar isso pra ele, vai que rola esse feat.
Eu ri, balançando a cabeça.
— Quem sabe, né? Se o universo conspirar a favor.
A conversa fluiu tranquila depois disso, enquanto a gente terminava de comer. Ficar ao lado do Apollo sempre me dava uma sensação de leveza, como se tudo fosse simples, mesmo quando não era. Ele tinha essa capacidade de descomplicar as coisas, de tornar tudo mais suportável.
— Meu homem e a mulher dele — Barreto brincou, chegando perto da gente pulando.
— Cala a boca, Barreto — falei, revirando os olhos, mas rindo logo em seguida.
Apollo apenas sorriu, sem se incomodar com a piada, como sempre. Ele e Barreto tinham essa vibe de zoar o tempo todo, e eu já estava acostumada com as brincadeiras. No fundo, era bom ter pessoas por perto que me faziam rir, que deixavam as coisas mais leves.
— Sério, vocês dois são o casal perfeito — Barreto continuou, exagerando na voz dramática. — Eu só fico assistindo de camarote, esperando o pedido de casamento.
— Só falta combinar com ela — Apollo respondeu, piscando pra mim, com aquela tranquilidade de quem tá sempre um passo à frente.
Eu dei mais uma garfada na minha salada, fingindo que não estava prestando atenção, mas meu coração acelerou um pouco com o comentário. Não é como se a gente tivesse definido nada, e isso às vezes me deixava meio inquieta. Entre mim e Apollo, tudo parecia leve, sem pressão, mas em momentos como esse eu me perguntava se, no fundo, a gente não estava empurrando uma conversa que precisava acontecer.
— Tá achando o quê? Tô muito bem solteira! — falei brincando, tentando desviar da tensão que eu mesma sentia surgir.
Apollo só balançou a cabeça, rindo de leve, sem responder nada. Ele sabia que eu não estava falando sério, mas também sabia respeitar o meu tempo, e isso era uma das coisas que eu mais admirava nele. Ele nunca me forçava a nada, e eu me sentia segura pra ser quem eu era.
A noite seguiu com mais risadas e conversas leves. Quando finalmente decidimos voltar pra casa, subi em direção ao meu quarto e ao de Apollo, entrei em um banho demorado, quando sai, botei um short de tecido mole com uma regata preta e um Crocs com meia, no cabelo fiz um coque desarrumado.
Desci as escadas e fui ate o quintal da casa, onde estava quase todo mundo, me taquei no sofá da varanda e comecei a prestar atenção no papo, mas quando vi, acabei pegando no sono.