32.

531 54 0
                                    

MANU
point of view.

Meu irmão mal falou comigo desde ontem. Tá um silêncio esquisito, aquele jeito dele quando tá puto, sabe? Eu já tava imaginando se era porque fiquei com o melhor amigo dele, o Apollo. O Jotapê, como sempre, não ajudou nada e fez questão de espalhar pra todo mundo.

Desde o café da manhã, ele me lançou uns olhares estranhos, e eu nem sei como começar essa conversa. Será que é só ciúmes de irmão ou tem mais coisa por trás disso?

Decidi que não ia ficar remoendo a situação com meu irmão. Se ele quisesse falar alguma coisa, que viesse falar comigo. Já passei da fase de tentar adivinhar o que se passa na cabeça dele.

Dei de ombros e fui direto pro quarto. Abri o armário e puxei meu biquíni favorito. Um daqueles que me fazia sentir bem, confiante. Não ia deixar essa tensão estragar o meu dia.

Depois de vestir o biquíni, olhei no espelho e prendi o cabelo num coque rápido, só pra dar um jeito. Peguei uma canga e minhas coisas pra piscina, e quando saí do quarto, meu irmão passou por mim no corredor, mas nem olhou direito.

— Bom, tô indo pra piscina — falei, sem esperar resposta. Ele só bufou e seguiu em frente.

Quer saber? Deixa ele. Eu desci as escadas com um sorriso teimoso no rosto. O sol tava forte e a piscina parecia exatamente o que eu precisava. Afastei qualquer preocupação da cabeça e decidi que hoje ia ser sobre aproveitar, sem drama.

Fui até Sol, Bask, Apollo, Guri e Barreto, assim que eu parei do lado de Apollo, ele envolveu o braço dele na minha cintura e voltou a prestar atenção no papo.

Eu sorri de lado, aquele sorriso que sabia ser malicioso, mas sem forçar. Estar ali, cercada pelos amigos, me fazia esquecer, por um momento, a tensão com meu irmão. O sol batia forte e o clima leve ajudava a distrair.

— Finalmente, hein? — Sol brincou, piscando pra mim enquanto tirava os óculos escuros.

— Demorei? — provoquei de volta, ajeitando a canga sobre a espreguiçadeira.

— Só um pouquinho — ela riu.

Apollo apertou minha cintura levemente, e eu me permiti relaxar contra ele. Por um segundo, pensei em como as coisas eram simples quando estávamos juntos. Aquele flerte casual, sem compromisso, como se o mundo lá fora não importasse.

— O que cês tão falando aí? — perguntei, mais por curiosidade do que por interesse real.

— Guri tava contando do último rolê dele — respondeu Apollo, um sorriso fácil nos lábios, mas a mão firme na minha pele.

Guri, sempre cheio das histórias malucas, começou a dar detalhes que faziam todos rirem. Me forcei a focar na conversa, mas, no fundo, não conseguia deixar de pensar no que meu irmão realmente sentia sobre tudo isso. Será que ele ia superar ou essa história entre eu e Apollo ia complicar ainda mais as coisas?

Apollo deve ter percebido que minha mente tava longe, porque ele me puxou mais pra perto e sussurrou no meu ouvido:

— Cê tá bem?

Balancei a cabeça, voltando ao presente.

— Tô, sim. Relaxa.

— Quem apoia a gente ir no Barra Shopping hoje? — Maju perguntou.

— Ah, eu topo! — Falamos em coral.

Eu sabia que essa saída pro shopping ia ser boa pra distrair a cabeça, principalmente depois desse climão em casa. Enquanto a gente decidia quem ia no mesmo carro, eu tentava manter a leveza do momento. Apollo me soltou, mas não antes de roçar os lábios de leve na minha testa, num gesto que me fez sentir aquele calorzinho no peito, uma mistura de carinho e... talvez algo mais?

A verdade é que eu curtia demais a vibe dele. Era fácil, sabe? A gente se entendia bem, sem complicações. Mas não sei até onde isso ia. O que eu sabia, com certeza, era que o meu irmão não tava curtindo nada.

Quando chegamos no shopping, o grupo tava animado. Maju queria comprar algumas roupas novas e arrastou todo mundo pra uma loja de marcas que só ela conhecia. Eu me desliguei um pouco da confusão de compras e decidi só curtir o passeio. Apollo ficou ao meu lado o tempo todo, sem pressa, sem cobrança.

Eu não queria que ele sentisse que essa coisa entre a gente era um problema, mas no fundo, sabia que a relação com meu irmão era um campo minado. Eu só não sabia quando ou como essa bomba ia estourar.

— Vai na Crocs comigo? — perguntei para o Apollo.

— Aham, vamos — ele falou, pondo o celular dele no bolso.

A loja da Crocs tava cheia, com gente indo e vindo, pegando diferentes modelos. Eu e Apollo andamos juntos, e eu já tava de olho nos que tinham glitter. Eles brilhavam de um jeito engraçado, meio chamativo, mas eu gostava. Eu sabia que não era o estilo do Apollo, mas ele não parecia se importar de estar ali comigo.

— E aí, curtiu algum? — ele perguntou, me vendo sorrir enquanto eu olhava as prateleiras.

— Esses aqui são bem minha cara, né? — falei, pegando um Crocs Rosa com glitter rosinha. O brilho pegava a luz de um jeito que me fazia rir.

— São, mesmo — ele concordou, com aquele sorriso de canto que eu adorava. — Qual teu número, mesmo?

— Trinta e sete — respondi, distraída, enquanto examinava o sapato. Quando fui colocar de volta, ele pegou da minha mão.

— Deixa comigo — disse ele, sem dar muita explicação.

Eu levantei a sobrancelha, surpresa.

— Tá de brincadeira, né?

— Não. Eu vou te dar esses. — Ele olhou pra mim, decidido.

— Apollo, eu tô só olhando...

Ele riu, balançando a cabeça e já indo em direção ao caixa.

— Relaxa, pequena. Considera um presente.

Eu fiquei ali, meio sem reação, vendo ele pagar os Crocs com glitter como se fosse a coisa mais normal do mundo. Quando ele voltou, com o saquinho na mão, me entregou como se fosse nada demais, mas o gesto me tocou.

— Aqui, pra você. — Ele me deu o saquinho e me deu um selinho demorado

Fiquei parada, segurando o saquinho dos Crocs, enquanto Apollo se inclinava pra me dar um selinho. O beijo começou suave, mas logo tomou conta de tudo. A sensação do toque dos lábios dele me fez sentir um calor que subia pelo meu corpo. Era como se o mundo ao nosso redor tivesse desaparecido, e só existíssemos nós dois ali.

Os olhos dele estavam fechados, e eu não consegui resistir a puxá-lo mais pra perto, envolvendo meus braços ao redor do pescoço dele. O beijo foi se intensificando, e a química entre nós parecia explodir a cada segundo. Eu nunca tinha sentido algo tão intenso assim antes. Era um misto de felicidade e ansiedade, como se tudo ao nosso redor estivesse certo, apesar das complicações que sabíamos que viriam.

Quando finalmente nos afastamos, respirando pesadamente, eu não conseguia conter o sorriso no rosto. Ele olhou nos meus olhos, com aquele brilho que sempre me deixava meio tonta.

Eu te amo, sabia? — ele falou, finalizando com um selinho

— Eu também te amo — confessei, mordendo o lábio inferior, tentando controlar a empolgação que me tomava.

Casal Maior - Apollo MC.Onde histórias criam vida. Descubra agora