+ Shikaneji || ❝ - O que foi? - Shika pergunta, desviando o olhar.
- Nada, só te olhando - Ele diz, com a maior cara de pau - não posso olhar? pessoas bonitas devem ser apreciadas!
X
- Você ta...
Shikamaru almoçou na casa dos pais no domingo, e ficou o resto da tarde e início da noite lá, até dormiu depois do almoço enquanto ele e os pais assistiam filmes na sala. Estar ali, sem seu filho e sem sua ex-esposa como era de costume, o fazia se sentir um adolescente novamente. Não exatamente nessas circunstâncias, já que quando Shika era adolescente e ainda morava na casa de seus pais, ele estava mais preocupado em passar os fins de semana com os amigos. Às vezes eles só iam curtir juntos na rua, mas definitivamente, só passava os fins de semana em casa quando realmente era necessário.
Mas a sensação que sentia, era de voltar ao passado, seu quarto na casa dos pais não era mais o mesmo, mas definitivamente tinha a mesma essência de sempre, mesmo agora o quarto pertencendo a Shikadai, quando dormia na casa dos avós. A casa tinha móveis novos e paredes de cores diferentes, mas ainda assim, era a mesma casa de sempre. Ele amava estar ali agora, depois de ter filho, depois de ter se casado e divorciado e depois de morar sozinho, porque sabia que aquele ainda era seu lar, e seus pais ainda podiam ser seu porto seguro.
De noite, quando voltou para casa, verificou algumas coisas do trabalho, tomou um banho quente para tentar dormir.
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Já no outro lado do corredor, Neji tinha colocado um vinil de "never enough" do Daniel Caesar em sua vitrola. A única luz acesa era a do abajur do quarto, meio amarelada. Neji queria muito estar fazendo algo muito incrível nesse domingo, mas a única coisa que fez o dia todo foi acordar super tarde, fazer um miojo por pura preguiça de cozinhar algo mais decente e ficar o resto da tarde vendo série. Agora de noite, ele estava só curtindo a música que estava saindo da vitrola, deitado de costas e de olhos fechados, aproveitando um pouco esse momento sozinho.
Ele também pensava.
Pensava na sexta-feira, e no beijo.
Pensava no sábado, em sua conversa (e provocações) com Shika no terraço.
Pensava em como seus pensamentos sempre, em qualquer coisa que fazia, iam até Shikamaru de alguma forma.
Era engraçado, mas também estava o irritando um pouco. Porque até em seu trabalho o Nara invadia seus pensamentos, como na quarta feira, quando ele estava traduzindo um conto e o personagem secundário da história o fez lembrar de Shikamaru, fazendo o personagem principal perder a graça, porque, como alguém conseguiu escrever alguém tão parecido com o seu vizinho bonitão e sexy do apartamento 32?
