Clínica Psiquiátrica Oldenburg
10/07/1991 - Passado
15:40 PM
O garoto saltou para fora da cama, ao sentir enfim a sua liberdade, ou quase. Fazia apenas dois dias que o transferiram de quarto, um talvez decente e o qual ele poderia respirar abertamente, uma vez que uma grande janela iluminava o lugar.
A maioria das vezes ela estava bem trancada, mas as cortinas ficavam abertas durante o dia, e então ele via tudo através dela. Mas isso nunca diminuiu o sentimento profuso de angústia que sentia.
Quando seus pés descalços se arrastaram pelo tapete, ele teve uma sensação estranha, que quase o compeliu de volta para a cama. Foi quase como se tivesse sido tragado para debaixo das mantas macias.
Esticando o braço para trás, agarrou o lençol branco e o apertou entre os dedos. Sua pele estava tão pálida que quase ganhava a mesma cor do tecido que a assegurava.
Estava prestes a dar um passo adiante, quando ouviu vozes vindo do corredor. Precisou tomar todas as suas forças para retornar o mais rápido possível para cama e fingir que estava em sono profundo, só assim escaparia de mais uma dose de calmante.
E a última coisa que ele queria fazer naquele dia era dormir.
Puxou a manta até a altura do peito e apertou os olhos quando a porta abriu. Iria tentar arriscar, abrir um pouco para ver quem estava ali, mas pensou melhor. As vozes que ecoaram ali dentro entregaram quem eram.
— Veja com seus próprios olhos, detetive — Lachlan apontou ao se aproximar da cama. — Ele não está em condições de conversar e seu quadro se estende para uma amnésia dissociativa.
— Amnésia? — Outro homem repetiu.
Se o garoto estivesse de olhos abertos, teria visto o médico assentir.
— Não lembra o que o trouxe aqui e não tem havido muitos progressos — ele meneou a cabeça. — Inconscientemente, se negam a lembrar, e neste caso, no lugar deste menino, eu faria o mesmo.
— Ele é o único que pode responder pelo que aconteceu naquela casa — O policial tirou o quepe, para coçar os cabelos.
— Não encontraram o pai?
— Parece que ele fugiu e não deixou um rastro sequer.
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Covil dos Demônios
RomanceDark Romance ♦ Isadore é uma jovem que cresceu sob as duras regras de um orfanato católico. E quando é chegado um momento, é hora de partir e dizer adeus ao antigo lar e seguir em frente, levando consigo alguns aprendizados. Longe das paredes, terço...