𝟏𝟔. 𝐐𝐮𝐚𝐥 𝐞́ 𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐧𝐨𝐦𝐞?

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As pessoas dizem que sou louco

Apenas um pouco afetado

Mas talvez os chuveiros me lembrem

Demais de Psicose, é por isso

Somebody's Watching Me — Rockwell

Somebody's Watching Me — Rockwell

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Clínica Psiquiátrica Oldenburg

13/07/1991 - Passado

12:33

Mais um dia entre os reclusos do mundo, o garoto saltou para fora da cama. Afastou os travesseiros para o lado e ignorou a sua manta caída do outro lado.

Não tinha muito tempo para se atentar a detalhes, pois quando a porta do seu quarto abriu, sabia que precisava estar em pé para sair e aproveitar o almoço.

Uma jovem de cabelos castanhos, usando seu uniforme da clínica, passou por ele e, antes de dizer qualquer coisa, ela fazia uma pequena vistoria no cômodo.

Nada fora de lugar ou algum item estranho dentro.

Era uma espécie de operação padrão para todos que cumpriam sua carga horária. Claro que uma boa parte tendia a ser mais minucioso quanto à vistoria.

Coisas assim não eram comuns ou frequentes, isso até um dos pacientes que julgavam quase curados, enquanto ajudava na cozinha roubar uma das facas e esconder em seu quarto. O terror e o caos daquele dia marcou a todos com um medo insólito.

— Podemos ir agora? — O garotinho apontou para a porta e depois para sua barriga. — Estou com fome.

— Claro... — ela disse enquanto se inclinava para olhar debaixo de uma cômoda — Temos duas opções de sobremesas hoje, geleia e salada de frutas.

Ele não disse nada, não lhe importava o sabor ou o que quer que fosse. Só queria se livrar do ronco insistente em sua barriga.

— Vamos. — A jovem enfermeira o segurou pelo ombro e o retirou do quarto — Depois do almoço o doutor vai conversar com você, ele trouxe um amigo.

— Amigo?

Isso foi dito tão baixo que ela não escutou ou ignorou por não ter muito a dizer sobre isso e talvez não importasse, o garoto seria incapaz de compreender aquela situação.

Passaram pelo corredor estreito, e contava até dez portas com alguns números marcados nos vidros. Uma forma para identificar qualquer paciente dali, usava desse artifício. Ali o garoto era o paciente 167. Não conhecia ninguém daquela ala, embora em algumas noites os gritos e os sussurros fossem familiares.

O paciente 166 gritava por uma mulher chamada Ruth e declarava que ela havia jogado pimenta em seus olhos. Quando ele parava, era a vez do 168 que sussurrava pelas frestas de sua porta que o homem sem face estava tentando abrir a janela de seu quarto.

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