𝟕. 𝐓𝐮́𝐧𝐞𝐥 𝐝𝐞 𝐏𝐞𝐝𝐫𝐚 - 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐔𝐦

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Nada está errado

Só até que você saiba que algum dia eu vou

Algum dia, de alguma forma

Vou fazer com que tudo fique bem, mas não agora

Someday — Nickelback

Boldbrook é uma cidade movimentada e iluminada, um tanto cheia de vida

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Boldbrook é uma cidade movimentada e iluminada, um tanto cheia de vida. Isso se estendeu durante os anos, ainda mesmo quando as mudanças começaram a ocorrer e grandes instalações se situavam tomando maiores proporções.

Não era muito de duvidar que com o crescimento da área e os comércios locais atraíram moradores e investidores. O lugar inteiro estava prosperando e rios de dinheiro ia de mão em mão, pelo menos para os grandes, que tinham alguns interesses na área nova.

Essa movimentação toda deu início à cidade. Havia uma certa ambição pelo local, já que um porto comercial seria facilmente instalado nas proximidades e, com isso, tudo seria "facilitado".

Com toda aquela gente, surgiram com eles alguns pontos clandestinos, para prostituição, venda de drogas e bebidas. A cidade estava um caos, literalmente, tanto que a polícia não dava conta de parar, e então foi que veio a onda.

Uma limpeza se sucedeu pela cidade em ascensão, várias pessoas presas, e contêineres cheios de drogas e bebidas para comércio foram interceptados. Todos pensavam que o trabalho estava feito e não haveria mais problemas com isso, estavam enganados.

Abaixo de alguns prédios, os primeiros a serem erguidos, continha um certo segredinho. Era quase impossível de imaginar que, debaixo de todo aquele monumento de concreto, existiam infinitos túneis subterrâneos que ligavam algumas partes da cidade. Rotas que facilitaram e muito a movimentação de produtos ilegais.

Se levaram todos que estavam por cima, então não irão encontrar o que está embaixo.

Bem, em um desses lugares, sombras deslizavam pelas galerias enquanto ouviam Paganini soar bem acima de suas cabeças. Embora os esforços e o trabalho para adaptar aquele lugar, apenas o trajeto permaneceu como antes, paredes e teto esfarelando ao toque e uma fumaça poeirenta que cobria toda a visão.

Não levou muito tempo quando todos se viram encarando o final daquele estreito túnel e se deparando com um homem que se apoiava em uma grande pilastra. E mesmo que o lugar tivesse recebido as adaptações, ainda se parecia com um daqueles bares de faroeste, com paredes de madeira descascando e um banco extenso encostado na parede, que fora revestido por tábuas.

— Não poderíamos ter ido só para o Velluto Nero — Um dos homens saiu da sombra e se jogou contra um banquinho. — Tenho um dinheiro legal sobrando...

— Trabalho é trabalho — Foi a vez de Demon sair da penumbra e exibir seu rosto para todos — Quase perdemos o carregamento inteiro para aqueles filhos da puta.

— Mas isso não estava resolvido? — Vex deixou suas costas deslizarem pela parede de madeira, até que batesse com a bunda no chão duro — Falei para a Diana que encontraria ela e as crianças neste fim de semana.

— Se o Vex vai ter folga, eu também quero — Um ruivo se aproximou e parou no meio do vão e colocou suas mãos sobre uma das mesas.

Demon ergueu um dedo no ar. Todas aquelas vozes enchiam a sua cabeça, como abelhas zunindo sem parar. Estava cansado daquilo.

— Chega! — A voz dele ecoou por todo o espaço e, se não fosse pelos metros acima, todos os clientes da cafeteria de onde eles emergiram nas profundezas teriam escutado. — Temos um problema e precisamos erradicá-lo quanto antes, é para isso que são pagos.

O silêncio se fez por alguns instantes, até que alguém tivesse a coragem de cortá-lo, mas Demon sabia que isso não iria acontecer e precisava prosseguir. Não havia tempo sequer para planejar algo, só precisavam agir e ponto.

— A carga chegou e já foi distribuída para os pontos. — Ele fez uma pausa e olhou ao redor — A questão é que eles não querem contratempos e muito menos parasitas nos seguindo.

— Qual é a da vez? — Lion, que ainda estava na abertura, perguntou.

— O procedimento de sempre, varrer aquela área. — Demon puxou um papel do bolso de trás de sua calça jeans e arremessou em direção ao seu amigo — Landers está preocupado de que os caras cheguem à área diminuta.

Um riso pairou no ar, e logo depois veio um aceno.

— Ele tem mais da metade da cidade sob o controle dele. — Clow, o ruivo começou — Claro, Dominic está passando do...

— Se você não domina nada totalmente, então não é seu — Demon apontou e enfiou as mãos em seus bolsos. Sentia a firmeza do couro que encobria as lâminas. — Quando tudo acabar, terão um tempo de folga. Antes, temos que varrer aquela área e se livrar de todos os corpos.

Todos se agitaram e saíram dos lugares que ocuparam no período da reunião. Alguns caminhavam em direção a estante que aos poucos ficava vazia, pela falta das garrafas de bebidas. Uísques caros, vinhos de alguns anos e pequenas caixas com ervas.

Demon se manteve na ponta final do cubículo que ainda estava enfiado. Arrastou uma cadeira consigo até uma das mesas e se acomodou sozinho, o que duraria pouco tempo. Sequer viu Lion se aproximar disfarçadamente, quase como se estivesse fazendo algo de errado.

— Não encontrei Jonathan — Ele apoiou uma de suas mãos sobre a mesa — Hospital, casa... nada. Simplesmente sumiu.

— Ele vai aparecer. — Demon piscou duas vezes, tão lento e hipnótico — O filho está ingressando na carreira política, vai precisar do apoio dele. Ele vai aparecer para se livrar dos contratempos antes que tudo vaze.

— E o que vai fazer quando o encontrar?

A pergunta pairou na mente de Demon. Embora quase o tenha matado naquela vez que o encontrou, surgiram algumas dúvidas de como deveria agir quando o visse novamente. Não costumava ser imprudente, pois isso lhe custaria caro, o suficiente para perder sua vida ou dos homens que nele confiam.

Lembrava bem o que havia acontecido quando perdeu o controle. Não morreu e ninguém do grupo sofrerá com isso, na verdade, conseguiu algo valioso naquele dia. Uma nova vida, um novo nome. Demon.

Nota da autora: Separei este capítulo em dois, por alguns motivos

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Nota da autora: Separei este capítulo em dois, por alguns motivos. O primeiro... problema com a escrita... meu estado de melancolia não tem me ajudado muito. O segundo, queria dar um suspense para as lembranças do passado de Demon e de como ele conseguiu o apelido.

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