𝟗. 𝐃𝐞𝐬𝐯𝐢𝐨 𝐧𝐨 𝐜𝐚𝐦𝐢𝐧𝐡𝐨.

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Era uma vez um tolo que pensou que encontraria

Propósito em sua vida ao longo do caminho

Não corra e se esconda da verdade, você decide

Tudo o que vive é desperdiçado

Waste — KXLLSWXTCH

 Demon levou um dos cigarros aos lábios e o pressionou com os dentes mordendo a parte inferior

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 Demon levou um dos cigarros aos lábios e o pressionou com os dentes mordendo a parte inferior. Aquilo nada era mais que um hábito que desenvolveu ao longo dos anos, e embora estivesse tão perto dos vinte e nove quase trinta, ainda mantinha o costume.

Nisso não há nada de estranho, pelo menos para quem vê, porém, para Demon não era o ato em si que lhe causava espanto, mas o lugar onde se encontrava.

Estava tão acostumado a acordar, tomar um gole de café deixado na garrafa térmica por Agatha e fumar um cigarro apreciando a não paisagem pela janela do Velluto Nero que a simples visão através do vidro de sua casa, o fazia pensar que talvez estivesse sonhando.

O cheiro de café recém-feito e o chiado de bacon sendo frito levavam o homem para outra dimensão, desconhecida, longínqua e irreconhecível.

Ele deslizou sua mão pela superfície da vidraça e tocou o curativo feito por Isadore. Embora a falta de material, ela havia feito um bom trabalho. Com toda certeza, ele apenas teria friccionado o local com gaze até parar o sangramento.

Não queria ter chegado daquele jeito e ao menos pensou que a encontraria acordada. Mas depois que tudo acabou e sua missão foi concluída, algo lhe arrastou para cá.

Pecadores se arrastam em busca de redenção.

Tudo saiu de controle, ele pensou enquanto pressionava o grande corte em sua barriga, fazendo a dor lancinante voltar.

Lembre-se da dor.

De qualquer forma, o que o cliente pediu foi executado com perfeição. Não haveria mais concorrentes, pelo menos por um pequeno período, ainda mais quando há tantos ambiciosos no mundo se esgueirando por cima da miséria humana para conseguir seus trocados.

— Não fique apertando — Isadore surgiu um pouco distante carregando uma pequena caixa branca o tirando dos pensamentos — Vai inflamar ainda mais.

— Não dormiu? — Ele fitou a parte baixa de seus olhos e enxergava algumas manchas escuras. Não importava o que ela dissesse, ele sabia a verdade.

— Como se nega a ir ao hospital e por ter me salvado...

— Isso está quase resolvido e eu disse que não precisa se preocupar.

— Tudo bem — Isadore balançou a cabeça e deixou um pedaço de papel escoar pela mão direita — Mas esse ferimento precisa ser cuidado.

Demon deu uma olhada de relance para a jovem e o jeito que ela tentava carregar as coisas com suas mãos leves. Ele se apressou em sua direção e puxou o papel o levando para frente de seus olhos. Letras minúsculas e cursiva preenchia cada linha em uma ordem que ia até o número dez.

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