𝟏𝟐. 𝐀𝐬 𝐩𝐫𝐚𝐠𝐚𝐬 - 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐔𝐦

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Você poderia tocar o céu, 

mas você não se compara a mim

Porque estou no topo do mundo

Mount Everest — Labrinth

Há uma mania irrefreável em alguns hábitos

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Há uma mania irrefreável em alguns hábitos. Principalmente no querer para agora.

Paciência é uma virtude, e a impaciência uma infâmia.

Sim, o mal que domina uma boa parte das pessoas, o desejo voraz de se ter e prender qualquer coisa para si. Pois naquela noite, Demon teve um sonho, ele tinha Isadore em seus braços, mas o que havia debaixo dele poderia chocar os outros, mas não a si. Ondas de sangue vindo em sua direção, e sequer pensou em correr, a enfrentou antes, enfrentaria de novo.

Este é o preço de tomar um pedaço do paraíso ainda em vida.



Oito da manhã, vento frio e café quente poderiam ser a combinação perfeita para qualquer pessoa que tivesse uma boa vista. Demon a tinha, mas isso não podia satisfazê-lo.

A vidraça opaca da janela do segundo andar da boate, embora muito atraente, já era algo costumeiro, perdeu o sabor.

Mesmas pessoas, mesmos carros e as histórias deprimentes de sempre.

Ele poderia apontar e descrever a história de algum transeunte, apenas pela sua expressão e jeito de andar.

Demon prendeu mais um cigarro entre os lábios e o acendeu. Esperou que a fumaça se dissipasse e começaria com seu jogo mental, um passatempo qualquer.

Do outro lado da rua, uma mulher caminhava devagar. Suas costas curvadas para frente, como se carregasse todo o peso de uma vida miserável. Não olhou para os lados, só seguia, talvez não houvesse para onde ir, assim como todos nessa cidade.

— Que dia... — Ele suspirou e espalmou contra o ferimento. Já mostrava alguma melhora, mas devido a seus esforços, voltou a sangrar.

Isadore havia feito um bom trabalho, mesmo que estivesse longe de ser uma profissional nisso, mas era muito melhor do que ele poderia fazer em anos. Estava grato por isso e o sentimento vinha acompanhado de algo a mais.

Isso, nem é nada estranho, todos os sentimentos vêm com suas bagagens, as suas pragas.

Demon se afastou da janela e buscou o celular em seu bolso, que apitou duas vezes em sequência. A terceira vez o fez com que ele se apressasse, alguém estava mesmo querendo lhe contatar.

Esperou que a tela acendesse, para ver as mensagens enviadas por Lion, mas seu foco permaneceu nas palavras-chave que apareceram: Jonathan, Wilfred, Consultório, Encontrei.

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