𝟐𝟔. 𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐡𝐚́ 𝐝𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝐯𝐨𝐜𝐞̂.

59 27 0
                                    

Você é uma estrela cadente, eu vejo

Uma visão de êxtase

Quando você me abraça, estou viva

Somos como diamantes no céu

Diamonds — Rihanna

Não, a morte não era um espectro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não, a morte não era um espectro. E tudo o que nos aterroriza por parte dela é a nossa fragilidade, mortalidade. Ninguém vive para sempre, todos estaremos em algum buraco ou boiando em algum lago.

Ninguém foge dela. É o inimigo real.

Isadore manteve seus olhos fixos no crânio e no restante do corpo com algumas cartilagens que não foram decompostas por muito tempo. Isso se devia à infiltração de água por debaixo dos canos onde o corpo foi enterrado, fazendo com que algumas partes cobertas pelo líquido ficassem mais difíceis de se decompor.

Ela tentou se afastar ou desviar o olhar, mas Jonathan insistia em mantê-la naquela posição para ver. Nada mais que um joguinho aterrorizante. E além de toda a cena digna de filme de terror, o odor do lugar fazia-a querer vomitar.

— O tempo está acabando... — Ele olhou para o relógio em seu pulso. Fungou. — Ele não virá salvar você, se é isso que está pensando.

— Não estou esperando por isso — Isadore fechou os olhos com força, tentando afastar as imagens da cabeça.

O velho revirou os olhos e bufou. Ela só pretendia ganhar tempo e, quem sabe, conseguir um modo de fugir. No andar debaixo, só ouviu a voz de dois homens e nada mais, nem mesmo ruído. Se sua percepção estivesse certa, poderia esperar que Jonathan a deixasse sozinha por alguns minutos e sairia pela porta da frente, correndo rápido o suficiente para alcançar a saída. Poderia gritar e atrair alguém...

— Está sendo ingênua e não está pensando em seu futuro — Jonathan se apoiou nas paredes e se arrastava até a porta — Eu posso lhe dar qualquer coisa, qualquer coisa mesmo.

Para o inferno com isso. Isadore não reconheceu seu pensamento.

Estreitou os olhos quando viu o velho sair mancando pela única porta do cômodo. Em um baque, e então estava sozinha de novo ou não. Ela girou o próprio corpo, dando as costas para os restos mortais. Não havia nada naquele lugar que pudesse lhe ajudar, nada que pudesse romper as cordas de suas mãos.

Logo, presumiu que a paciência de Jonathan para com ela estivesse acabando. Ele poderia simplesmente levá-la, ou realizar ali mesmo o que ele queria fazer desde a última vez que o encontrou, e isso lhe causou mais repulsa do que estar tão próxima de um cadáver.

Covil dos DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora