𝟕. 𝐓𝐮́𝐧𝐞𝐥 𝐝𝐞 𝐏𝐞𝐝𝐫𝐚 - 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐃𝐨𝐢𝐬

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Ela quer ir para casa, 

mas não há ninguém em casa

Aqui ela permanece, destruída por dentro

Sem nenhum lugar para ir

Nobody's Home — Avril Lavigne

Nobody's Home — Avril Lavigne

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BOLDBROOK

Covil

04/03/20XX - 20:42 PM


Demon encarou pela quarta vez Frost — um homem atarracado e de cabelos grisalhos — chutar o fliperama após ter perdido mais uma vez no jogo de Street Fighter II. Isso poderia ser algo previsível, já que mal se mantinha em pé, e ao seu lado jazia a segunda garrafa de uísque que bebeu sozinho ainda naquela noite.

O garoto evitou olhar por muito tempo. Frost era conhecido por ser um encrenqueiro nato. Embora Demon estivesse agora com seus quase dezessete anos e em melhor forma que o velho irritante, não queria arranjar problemas, tinha mais coisas com o que se preocupar.

Seu olhar percorreu pelo cômodo fumacento e com cheiro de maconha. Ele parou assim que notou a fonte do odor. Shade, um loiro com o cabelo desgrenhado, que mantinha um baseado na boca e os olhos fixos na tela pequena de uma tv de tubo com a imagem de um porno. Os gemidos ecoavam pelo lugar e era difícil ignorar, principalmente quando a mulher deixava claro que aquele era o primeiro anal dela (Provavelmente aquilo não era verdade, mas ninguém se importava com isso).

Todos ali havia algo de "especial", se é que se pode dizer assim. Frost era ótimo na soldagem e um excelente mecânico, é incrível o que ele poderia fazer com algumas placas de metal quando não estava cheio de álcool na cabeça. Shade poderia fazer algumas bombas caseiras em pouco tempo e conseguia destrancar qualquer abertura em segundos. Existiam outros com mais algumas habilidades interessantes e com uma ficha criminal extensa que levaria muito tempo para declarar.

Demon se esticou no sofá e deixou suas pernas penderem no alto de uma mesinha improvisada com madeiras descartadas. Já sentia o tédio e o sentimento nauseante se instalarem, e até pensou que deveria pegar uma das latas de cervejas guardadas no frigobar do lado esquerdo em que se encontrava. Talvez fosse a melhor forma de afastar toda a merda que estava sentindo.

Ele esticou a mão naquela direção, mas ficou com ela estática no ar quando a porta do Covil foi aberta com um estrondo. O barulho foi tão alto que Shade saltou de onde estava e Frost cambaleou para trás, quase se dando de bunda no chão.

— Que merda estão fazendo aí ainda? — Ghoul, o líder do covil, empurrou as cadeiras à sua frente, as derrubando fazendo rolarem no chão. Seus cabelos negros estavam desgrenhados no alto da cabeça, e ele prosseguia com a agitação insistente, deslizando os dedos entre os fios. — Dois milhões de dólares em drogas foram desviados do armazém que estava sob nossa responsabilidade.

Covil dos DemôniosOnde histórias criam vida. Descubra agora