Chapter Sixteen; The case

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Eu sempre soube que o tempo não cura todas as feridas

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Eu sempre soube que o tempo não cura todas as feridas. Faz dois anos desde que minha mãe foi tirada de mim de forma brutal, e a dor ainda pulsa como se tivesse acontecido ontem. A cada amanhecer, a ausência dela é como um vazio insuportável que se instala em meu peito. Tentei seguir em frente, me convenci de que era o certo a fazer, mas a verdade é que eu nunca consegui aceitar que o caso fosse arquivado, deixando perguntas sem respostas.

Lembro-me claramente da última vez que vi minha mãe. Ela estava sentada na mesa da cozinha, o sol da manhã iluminando seu rosto cansado. Eu não sabia que aquele seria o último olhar, a última vez que ouviria sua voz suave me desejar um bom dia. Se soubesse, teria dito mais, teria feito algo diferente, teria tentado de alguma forma impedi-la de sair naquela manhã.

Após seu assassinato, a investigação foi rápida, pelo menos no início. Todos pareciam determinados a encontrar o culpado. Mas com o passar do tempo, o interesse começou a esfriar. As pistas se tornaram frias, as suspeitas começaram a se dissipar, e logo, o caso foi arquivado como mais um crime sem solução. Mas para mim, aquilo nunca foi apenas mais um caso. Era minha mãe. Era minha vida.

O que mais me machucava era o fato de que ela havia sido tratada como uma estatística, uma vítima esquecida nas pilhas de documentos de uma delegacia qualquer. Eu sabia, no fundo, que havia algo mais naquela história, algo que os investigadores haviam deixado passar. E foi essa intuição, essa certeza que nunca me deixou em paz.

Naquela noite, mais uma vez, fui tomada por um daqueles sonhos que me assombravam desde sua morte. Eu estava em nossa antiga casa novamente. Tudo estava como era antes, e novamente a névoa, algo etéreo, que distorcia a realidade. Minha mãe estava lá, mas não como a mulher vibrante e cheia de vida que eu conhecia. Ela parecia perdida, seus olhos refletiam uma tristeza profunda, e sua voz, quando finalmente falou, era apenas um sussurro: "Claire, não se esqueça de mim."

Acordei ofegante, com o coração disparado. Aquilo não era apenas um sonho. Era um chamado. Um pedido de ajuda, uma súplica para que eu não desistisse. Olhei para o relógio, marcava 3:15 da manhã. Sentei na cama, ainda tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Eu sabia que não conseguiria mais dormir, então me levantei e fui para a cozinha.

O apartamento estava escuro, silencioso. A única luz vinha da pequena lâmpada no fogão, iluminando fracamente a bancada. Eu me sentei à mesa.

Foi então que decidi. Eu precisava voltar àquele caso. Precisava descobrir o que realmente aconteceu com minha mãe. Se a polícia havia desistido, eu não desistiria. Sabia que não seria fácil, mas essa era uma luta que eu precisava enfrentar.

No dia seguinte, me encontrei na delegacia, onde o caso havia sido arquivado. Conhecia bem o lugar, cada corredor, cada porta. Eu costumava vir aqui frequentemente, implorando por respostas, por justiça. Mas agora, não estava lá como uma filha em luto, mas como alguém disposta a tudo para descobrir a verdade.

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