Confrontada com o dilema entre a redenção e a perdição, Claire mergulha em um mundo de luxúria, paixão e segredos sombrios, onde cada escolha pode selar seu destino para sempre...
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A presença de Hugo em meu apartamento era um alívio em meio ao caos silencioso que me envolvia desde que decidi reabrir o caso da minha mãe. Ele era a única pessoa em quem eu confiava para falar sobre isso. Sabia que não me julgaria, que me apoiaria, mesmo quando todos os outros achavam que eu estava louca por insistir em algo que, para a polícia, estava enterrado.
Sentada no sofá, passei a mão pelos meus cabelos, tentando ordenar meus pensamentos, mas a verdade é que tudo estava um caos dentro de mim. O olhar de Hugo era atento, quase protetor, enquanto ele esperava que eu falasse. Ele sempre soube o momento certo de me dar espaço.
— Eu não confio mais neles - comecei, finalmente quebrando o silêncio. — Os detetives, a polícia... eles desistiram, Hugo. Trataram o assassinato da minha mãe como um caso qualquer, e isso me mata todos os dias. Ela merece mais do que isso. Eu não posso simplesmente seguir em frente.
Ele assentiu, sem dizer nada. Esse era o Hugo. Sempre pronto para ouvir, mas sem nunca interromper.
— Há algo que eles não viram, ou não quiseram ver - continuei, minha voz ficando mais firme, apesar da incerteza que ainda me rondava. — Eu sonhei com ela de novo. Sonhos que parecem tão reais. Ela me dizia algo, mas eu não conseguia entender. Como se houvesse algo escondido, algo que eu preciso encontrar.
Os olhos de Hugo se estreitaram levemente, e eu sabia o que ele estava pensando. Ele estava preocupado comigo. Essa obsessão vinha crescendo nos últimos dias, e ele sabia disso melhor do que ninguém. Mas, em vez de tentar me dissuadir, ele se inclinou para frente, colocando sua mão suavemente no meu braço.
— Você sabe que estou aqui para você, Claire, sempre. Mas o que exatamente você espera encontrar? Eu quero te ajudar, mas a políci-
— Eu vou fazer isso sozinha, Hugo. - Eu o interrompi, minha voz saindo mais decidida do que eu esperava. — Eu não posso mais confiar neles, e eu não vou esperar que mais alguém faça o trabalho que eu preciso fazer. Preciso de respostas, de qualquer maneira.
Hugo suspirou, mas não recuou. Ele me conhecia bem o suficiente para saber que quando eu estava decidida, não havia como me convencer do contrário. Em vez disso, ele deu um pequeno sorriso, aquele sorriso familiar que sempre me fazia sentir que tudo ficaria bem.
— Então, por onde começamos? - ele perguntou, a determinação em sua voz era exatamente o que eu precisava ouvir.
Agradeci silenciosamente por ele estar ali, mas algo me incomodava. Desde que começamos a conversar, eu sentia uma presença. Algo, ou alguém, observando. Não era a primeira vez que isso acontecia. Nas últimas semanas, uma sensação estranha me seguia, como se olhos invisíveis estivessem constantemente sobre mim, vigiando cada movimento. Eu tentei ignorar, tentando acreditar que era apenas minha imaginação, resultado do estresse acumulado.
Mas naquela noite, com a chuva caindo lá fora e Hugo ao meu lado, a sensação era mais forte. Era como se, lá fora, alguém estivesse me observando de verdade. Meus olhos se voltaram para a janela, e eu me levantei instintivamente, me aproximando do vidro. Tudo que vi foram as sombras das árvores balançando ao vento, borradas pela chuva. Nada além da escuridão.