Chapter Fifteen; Death

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- Sinto muito, senhorita

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- Sinto muito, senhorita. - As palavras do policial flutuavam na minha mente como uma sentença final, quase como se o tempo tivesse parado ali. Eu o encarei, sem realmente vê-lo, meus olhos fixos em algum ponto distante, além do que era visível.

- Como assim... sinto muito? - Minha voz saiu rouca, quase inaudível, como se o ar tivesse se esvaído dos meus pulmões junto com a notícia. - O que... o que aconteceu com a minha mãe?

O policial, um homem de meia-idade com uma expressão grave e cansada, hesitou por um momento, como se a verdade fosse pesada demais até mesmo para ele. Seus olhos carregavam o peso de inúmeras más notícias entregues ao longo dos anos, mas eu sabia, no fundo, que essa seria a mais dolorosa para mim.

- Sua mãe foi encontrada sem vida, senhorita. Ela... ela foi assassinada.

A palavra ressoou como um trovão nos meus ouvidos. Assassinada. Era como se meu cérebro não conseguisse processar aquilo. Eu a vira apenas algumas horas antes, rindo, conversando, me dizendo para não esquecer de fechar a janela do quarto por causa da corrente de ar. Era impossível. Ela não podia estar... morta.

- Isso... não pode ser verdade. Deve haver algum engano - murmurei, balançando a cabeça em negação. -Vocês têm certeza de que era ela? Pode ser outra pessoa.

O policial assentiu com um pesar visível.

- Eu entendo o choque, mas não há dúvida. A identificação foi confirmada.

Minhas pernas fraquejaram, e precisei me apoiar na parede para não cair. Um vazio imenso começou a se espalhar dentro de mim, uma escuridão densa que ameaçava me engolir por completo. As memórias começaram a passar pela minha mente como um filme antigo, cenas fragmentadas e distorcidas de nossa vida juntas: os almoços de domingo, as histórias antes de dormir, as broncas e os abraços. Cada detalhe, por mais pequeno que fosse, parecia ganhar uma nova importância, uma nova dor.

- Quem... quem faria isso? - Minha voz falhou. - Por quê? Ela... ela não tinha inimigos. Ela era a pessoa mais doce que existia. Como isso pode ter acontecido?

O policial respirou fundo, sua mão movendo-se para tirar o chapéu como um gesto de respeito.

- Estamos investigando, menina. Ainda não temos muitas informações, mas vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para encontrar quem fez isso.

Não havia consolo suficiente nas palavras dele. Nada que ele pudesse dizer apagaria a realidade brutal que se desdobrava diante de mim. A imagem do rosto dela, sempre tão cheio de vida, agora estava tingida com o horror de imaginar o que ela deve ter sentido em seus últimos momentos.

- Eu preciso vê-la. - As palavras escaparam de mim antes que eu pudesse processá-las. - Eu preciso ver minha mãe.

O policial hesitou, como se ponderasse se aquilo era uma boa ideia, mas ele sabia tão bem quanto eu que negar não adiantaria. Eu tinha que encarar aquilo. Tinha que ver para crer.

Demon in the ForestOnde histórias criam vida. Descubra agora