07 - Somos parecidos

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Nunca imaginei que acabaria chorando e implorando para a mulher na minha frente. Mas o que eu temia ainda mais era ser rejeitada pela Professora Renu. Isso significaria que eu ficaria de coração partido, humilhada além do reparo, e poderia significar que nunca mais poderíamos conversar. Ou se nos encontrássemos, seria incrivelmente estranho.

Mas então...

— Você gosta de mim, Jom?

— Huh?... Sim. — Eu assenti apressadamente, ainda em choque. Mas uma vez que as palavras saíram, não havia como voltar atrás. — Por favor, não me mande embora.

"..."

— Senão...

— Senão o quê?

— Eu não saberia o que fazer nos dias que viriam e nos dias depois disso...

Um silêncio caiu entre nós como se estivéssemos testando a determinação uma da outra. Professora Renu franziu os lábios levemente como se estivesse mordendo a bochecha. Foi um gesto que eu nunca tinha visto antes, como uma criança travessa planejando seu próximo movimento.

Mas professora Renu estava longe de ser travessa. Que tipo de gesto foi esse?

— Tudo bem, você pode ficar no meu quarto hoje. Assim, você saberá o que fazer em seguida.

De repente, tudo virou de cabeça para baixo. Minha declaração de amor recebeu uma resposta inesperada. Não fui mandada embora, em vez disso, fui convidada a ficar sem nenhuma menção a aulas de matemática. Enquanto eu ainda estava perplexa, a linda mulher caminhou até o gato e sentou-se para brincar com ele de uma maneira charmosa. Sem saber o que fazer, fingi conversar sobre o gato.

— Você já deu um nome a ele?

— Hmm? — Professora Renu olhou para mim com interesse, levantando uma sobrancelha. — Preciso dar um nome a ele?

— Bem, se você está criando um gato, como vai chamá-lo se ele não tiver um nome?

— Vou chamá-lo de 'Gato'.

— Então, você simplesmente o chama de 'Gato' todos os dias?

— Sim, um gato é um gato. Que outro nome eu daria a ele? — A professora deslumbrante pegou o gatinho adormecido, acordando-o. Cheguei mais perto, procurando uma maneira de continuar a conversa.

— Chamar apenas de 'Gato' pode parecer muito distante. Acho que você deveria dar um nome a ele.

— Hmm... Como devo chamá-lo? Não tenho ideia.

— Tem 'não sei' no seu dicionário?

— Na verdade, não. Mas não sei como chamá-lo. Não é um problema de matemática com uma resposta fixa. Não é ciência que pode ser provada. Não é...

A moça bonitinha divagou, referindo-se a princípios acadêmicos. Isso me fez perceber que essa pessoa valorizava a lógica mais do que palavras vagas. Ela não gostava de coisas que não pudessem ser provadas ou controladas, como meus sentimentos hoje. Quando ela se sentia ameaçada ou insegura, ela estava pronta para me cortar sem hesitação. Ela não ficaria aqui, mas não se deixaria ser aproveitada ou chantageada.

— Há muitas coisas neste mundo para as quais não conseguimos encontrar respostas, Professora.

— Como o quê? Fantasmas?

— Algo assim.

— Se eu nunca vi, não vou acreditar que existe. Não faz sentido.

— Há coisas que existem mesmo que não aconteçam conosco.

Ritmo Vol.1 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora