21 - O Dono do Anel

226 19 0
                                    

— Eu te amo, Professora!

Já faz vinte dias desde que comecei esta missão para criar um hábito. Pelo que ouvi, se você faz algo por vinte e um dias consecutivos, isso se torna um hábito. E eu faria a Professora Renu sentir que ela não conseguiria viver sem minha declaração de amor às 20h08.

Quando ela não me ouvia dizer "Eu te amo", ela sentia que algo estava faltando.

Quando ela sentia que algo estava faltando, ela pensava em mim.

E eventualmente, a linda professora não conseguiria viver sem mim.

[A clínica já fechou?]

— Só mais um caso e então está fechado. Você melhorou, perguntando sobre mim agora.

[Para que a conversa não seja muito seca.]

— Vamos nos encontrar amanhã?

[Não, eu tenho um compromisso.]

— Que tipo de compromisso? Trabalho?

[Bem...] A pessoa do outro lado fez um som curioso, e admito que a professora conseguiu despertar meu interesse.

— Quem você vai encontrar?

[Não vou te contar.]

— Você não tem amigos.

[Que tipo de pessoa não tem amigos? Volte para o trabalho.]

— Você está tentando me deixar com ciúmes?

[Do que você está falando?]

— Você está escondendo algo, tornando isso um segredo. Você quer que eu fique curiosa. Não me diga que a pessoa com quem você vai se encontrar é o dono desse anel.

[Você é inteligente. É ele.]

— Essa mentira não funcionou. Porque eu acho que esse cara não existe.

[O que você quer dizer?]

— Quer dizer, a professora inventou para me enganar. Não vai funcionar. Hehe.

[Bobagem.]

— Tanto faz. Vejo você amanhã. É isso por enquanto. Eu amo mais a professora!

[Você é boba.]

A risada que soou mais cativante do que irritante me fez sorrir também. Fazia vinte dias desde que comecei a dizer a ela que a amava, e comecei a duvidar seriamente que o cara que lhe deu o anel existisse. Eu tinha certeza de que a professora inventou o personagem porque queria que eu desistisse.

Foi estranho... Ela queria que eu desistisse, mas não completamente. Era como se ela estivesse fazendo isso só para se exibir e gostasse de me ver correndo atrás dela.

Sinceramente, a perseguidora também estava feliz. Eu podia provocá-la todos os dias.



— Oh, o que há de errado com Broomy hoje?

O grande cachorro peludo caminhou até mim, esfregando-se em mim como se fôssemos velhos amigos.  Tentei tocá-lo para ver se havia algo errado, mas nada aconteceu, então olhei para o dono para perguntar novamente. Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um pensamento do cara bonito flutuou em minha mente.

'Se você estiver livre, vamos jantar. Não, eu não deveria dizer isso...'

'Você gosta de café, doutora? E se ela não beber café?'

'Broomy gosta muito de você. O que devo fazer em seguida...'

Então, ele não levou o cachorro para ver o veterinário. Olhei para o cara que ainda estava hesitante e escondi meu sorriso antes de fazer uma cara inocente.

Ritmo Vol.1 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora