Ritmo Vol.1 - Você é o Ritmo do meu coração

11 - Quer saber?

A professora Renu não vem dar aulas na escola há três dias agora. Eu sabia de tudo o que estava acontecendo, mas tudo o que eu podia fazer era esperar que a mulher bonita conseguisse superar esse momento triste. Honestamente, não ter a linda professora na escola me deixa deprimida e realmente não queria acordar cedo para ir para a aula. Ela se tornou uma pequena inspiração que me fez querer acordar todos os dias e ansiar por voltar para casa juntas, o que se tornou um hábito.

Eu não deveria estar no meu último ano. Isso significava que, quando me formasse, provavelmente não a veria novamente...

Hoje foi o mesmo. Vendo que a professora Renu não tinha aparecido, fiquei preocupada que ela não tivesse nada para comer. Então, parei para comprar macarrão antes de voltar para o apartamento e planejei pendurar a comida na frente da porta dela, como de costume. Mas quando cheguei à frente do prédio, a vi irmão, Ong, que parecia tão preocupado com sua irmã. No entanto, Ong não ousou incomodá-la muito, pois tinha medo de ser expulso.

— Não viu Re também? Ah... Por quanto tempo ela vai se trancar no quarto?

— Ela precisa de um tempo. Não é um amor que acabou de começar; já está acontecendo há muito tempo. Ela deve estar realmente chocada. E para alguém como ela, uma perfeccionista, até mesmo um pequeno erro pode desequilibrá-la.

— Verdade. Então, acho que viemos para nada hoje. — Ong deu de ombros um pouco arrependido. — Pelo menos você está aqui para me fazer companhia.

‘Na verdade, queria te ver mais.’

A voz de Ong ecoou na minha cabeça. Eu a ouvi, mas fingi não notar. Ultimamente, eu tinha começado a me acostumar com os sentimentos que ele tinha por mim. Isso fez cócegas no meu coração saber que alguém gostava de mim porque, desde que eu nasci e cresci, eu estava bem distante de histórias de amor de cachorrinho como meus colegas.

Eu não podia culpá-lo. Eu tendia a ver os pensamentos de todos e presumia que todos no mundo eram maus e irredimíveis.

— Não, pretendo subir e ler em casa hoje. Os exames de admissão estão chegando, então preciso estudar bastante.

— Você quer que eu seja seu tutor?

— Não, obrigado. Tenho a professora Re.

Minha recusa rápida deixou Ong visivelmente abatido. Eu costumava pensar que queria ser decisiva. Se alguém gostasse de mim e eu não estivesse interessada, eu o rejeitaria desde o início. Mas quando isso aconteceu comigo, não consegui ser tão dura. Talvez porque eu entendesse quanta coragem era necessária para abordar sua paixão... assim como eu tive que reunir toda a minha coragem para abordar a professora Renu.

Mas... fui gentil o suficiente para não dar falsas esperanças. Se eu não pudesse rejeitá-lo, era melhor deixar sua esperança desaparecer gradualmente. Sorri para Ong e voltei para casa, olhando para trás para ter certeza de que ele tinha ido embora. Só então saí e corri rapidamente para o apartamento para pendurar a comida como uma oferenda a professora Renu, como de costume.

Toc, toc.

Bati na porta para sinalizar que tinha trazido comida. Honestamente, não ousei chamar a professora Renu para sair porque não sabia como encará-la se ela saísse. Naquele dia, ela ficou em silêncio depois que eu agi nervosa. Eu não conseguia dizer se ela estava brava ou não, mas isso me deixou desconfortável.

Quando eu estava prestes a me virar e sair, a porta da professora Renu se abriu, e a pessoa que eu não via há três dias espiou e me chamou com uma voz rouca.

— Jom.

—Profer...? — Olhei para a mulher adorável com olhos sonolentos e me senti inexplicavelmente atordoada antes de perceber algo incomum. — Por que sua voz soa assim?