09 - MuMu

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Hoje, senti como se a Professora Renu continuasse me encarando como se tivesse dúvidas. Se eu pudesse ler sua mente, não teria que adivinhar assim. Mas como eu só conseguia ouvir o som do seu coração, pensei que poderia ser sobre como eu sabia que o nome daquele homem era 'Aekaphop.

Na verdade, era meio legal ser o centro das atenções, ter alguém curioso sobre você e estar na mira da Professora Renu tanto assim. Então, decidi continuar me fazendo de boba porque era fofo vê-la tentando encontrar uma chance de falar comigo enquanto continuava a evitá-la.

'Hoje, preciso falar com a Professora Renu e ir direto ao ponto.'

Assim que eu estava perdida em meus pensamentos, a voz do professor estagiário, que estava de olho na Professora Renu por um tempo, ecoou quando ele estava prestes a passar por mim. Assim que me virei para olhar para ele de volta, vários pensamentos e imaginações daquele homem surgiram vividamente como se já tivessem acontecido.

— O que há de errado com você? — On-an, que estava falando sobre seu sonho de abrir um restaurante chamado 'Jessica' em homenagem ao seu grupo feminino favorito, fez uma pausa e me cutucou levemente com o cotovelo, mas ignorou.

— Agora não, vagabunda. Não consigo ouvir claramente.

— Eu estava falando alto o suficiente. O que você não consegue ouvir?

— Droga! — Eu gritei para meu amigo, irritada. — Você continua falando tão alto. Eu não estou ouvindo você; estou ouvindo aquele professor estagiário.

— Ouvindo o quê? Ele está andando sozinho e não fala com ninguém.

— Você é tão irritante!

Quando eu era criança, eu pensava que era amaldiçoada com algo que me fazia ouvir os pensamentos de todos, e isso tornava minha vida muito difícil.  Desde o jardim de infância, eu podia ouvir a Sra. Kookkal, a professora que sempre sorria, mas xingava o aluno gordinho em sua mente, pensando: Por que você não cai da escada e morre?

Quando perguntei na cara da mãe da minha amiga: Por que a Sra. Kookkai quer que Sompong caia da escada e morra?

A professora escreveu um relatório de comportamento para minha mãe, dizendo que eu era uma mentirosa que inventava histórias para caluniar os outros.

— Por que você disse isso sobre sua professora?

Mamãe, que não sabia que eu podia ler mentes na época, perguntou quando chegamos em casa. Sua cabeça já estava cheia de estresse sobre a morte recente do vovô e o medo de que papai não ganhasse nada.

— Não se preocupe. O vovô deixou o prédio para o papai porque ele não consegue se defender sozinho.

Quando de repente expressei isso, minha mãe ficou chocada. Sua mente estava cheia de um milhão de perguntas, e havia uma música tocando em sua cabeça, completamente fora de contexto.

— Às vezes corro... Às vezes me escondo... Às vezes tenho medo de você.

— Por que você está cantando essa música do nada?

— Estou apenas cantando junto com você.

— Como você sabia que eu tinha essa música na minha cabeça?

— Você tem cantado essa parte várias vezes desde a escola. Está tão alto. Mude a música logo.

Mamãe começou a suspeitar que podia ler mentes, então ela me fez testar com papai. Meu pai, que amava apostas, escolheu uma carta sem me mostrar e me pediu para adivinhar.

— Você escolheu uma carta vermelha com um formato de diamante e um número que parece um círculo... Não consigo lembrar qual é o número.

Como eu era muito jovem e não tinha aprendido muitos números, eu respondia assim. Eu conseguia responder tudo na mente do meu pai. Em vez de pensar que eu era estranha, meus pais achavam que eu era especial e ficavam me dizendo: — — Não conte a ninguém sobre isso. É muito especial.

Ritmo Vol.1 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora