15 - Um dia

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Isso realmente aconteceu?

Eu ainda estava deitada, acordada, no meu quarto quadrado, me revirando inquieta. Os eventos do início da noite continuavam se repetindo na minha cabeça. Finalmente entendi a frase "querer parar o tempo naquele momento".

Quando a professora Renu me beijou pela primeira vez, eu poderia ter pensado que foi um erro ou que ela estava muito feliz por ter conseguido ajudar uma aluna idiota como eu a ter sucesso em alguma coisa, então ela me deu uma recompensa. Mas o segundo beijo, lento e demorado, foi intencional.

A professora Renu me beijou de bom grado.

— Já chega.

A professora Renu rapidamente terminou me empurrando para longe. Não foi forçado, mas foi decisivo. Eu me afastei e dei uma respiração profunda, meu coração quase saltando para fora do peito. Eu só conseguia ficar ali sentada, sem saber o que fazer em seguida.

— Já é muito tarde agora. Jom, você terminou o teste a tempo e acertou tudo. Hoje foi bem.

— Sim, foi bem.

Olhando para trás, mordi meu lábio e chutei minhas pernas no ar em frustração. Que idiota! Naquele momento, eu deveria ter dito algo mais profundo. "Foi bem"? O que isso significa?

Estava tudo bem. Sempre havia um amanhã. Eu iria ver a linda professora e falaria sobre isso seriamente, embora, no fundo, eu estivesse com medo. Eu estava com medo de que não acabasse bem se ela se lembrasse do que aconteceu e se sentisse mal. Tudo leva tempo.

A velocidade é essencial nesta situação. Amanhã de manhã, irei ver a professora!



— Eu vi a professora Renu sair do prédio cedo esta manhã.

Fui encontrar a professora, mas não obtive resposta, então voltei para baixo, desanimada.  Minha mãe, que não precisava ler mentes, conseguiu adivinhar porque eu estava lá tão cedo. Foi só Sete da manhã. Como a professora acordou mais cedo do que eu?

Como ela conseguiu dormir? Porque eu não tinha dormido nada.

— O que ela estava vestindo?

— Você acha que eu sou Sherlock Holmes? Eu não percebi. Talvez ela tenha ido ao mercado.

— Ela vai mesmo ao mercado?

— Eu não sei. Eu não sou tão livre para perceber.

— Você sabia que o marido no quarto 322 sai escondido para ver sua amante no final do beco?

— Eu sabia disso. Oh... — Mamãe fez uma pausa e olhou para mim com conhecimento de causa. — Não me olhe assim.

— Achei que você disse que não estava livre.

Fingi conversar com minha mãe, mas minha mente ainda estava preocupada com a linda professora saindo do apartamento tão cedo.

Está tudo bem. Ela vai voltar.

Por que ela não voltaria, certo?



Mas parecia que além de ler mentes, eu também conseguia adivinhar situações.  Porque já era noite, e eu, que estava esperando a adorável professora retornar, estava ficando ansiosa e não conseguia fazer nada.

A professora tinha ido embora desde manhã e ainda não tinha retornado!

— Mãe, pode me dar o número da Professora Renu?

— O quê? Você está sempre com ela, mas não tem o número dela?

— Não, eu não ousei pedir o número dela. Além disso, nos vemos todos os dias. Não há necessidade de ter o número dela.

Ritmo Vol.1 - Você é o Ritmo do meu coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora