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Um Passo Mais Perto do Fim ➴➵➶➴➵➶➴➵➶
O túnel parecia mais longo do que qualquer um de nós havia previsto. O ar era pesado, quase sufocante, e a única coisa que quebrava o silêncio era o som dos nossos passos e o pingar constante da água nas paredes. Cada vez que eu olhava para Percy, ele parecia tão determinado quanto sempre, mas agora havia algo mais nos olhos dele. Algo que me fazia lembrar daquele momento impulsivo antes de entrarmos no Submundo.
Eu não conseguia evitar. Cada vez que pensava no selinho que tinha dado nele, meu coração acelerava. Percy não mencionou o assunto desde então, mas eu podia sentir o olhar dele em mim de vez em quando, como se estivesse tentando entender o que tinha acontecido.
— Você acha que estamos perto? — perguntei, minha voz ecoando no túnel.
— Acho que sim — ele respondeu, olhando o mapa que Quíron havia nos dado. — Mas com o Submundo, nunca dá para ter certeza.
Ele olhou para mim por cima do ombro, e, mesmo na penumbra, eu pude perceber o pequeno sorriso que brincava em seus lábios.
— Está tudo bem? Você está meio quieta desde que entramos.
— Estou concentrada — menti, olhando para frente para evitar o olhar dele.
— Concentrada? — Ele arqueou uma sobrancelha, claramente desconfiado. — Não parecia muito concentrada antes de descermos.
Eu parei no meio do túnel e virei para encará-lo. — O que você quer dizer com isso?
Percy deu de ombros, mas o sorriso travesso dele era inconfundível. — Só que você parecia um pouco... distraída.
Eu senti meu rosto esquentar. — Eu estava nervosa, tá legal? As pessoas fazem coisas impulsivas quando estão nervosas.
— Claro, claro — ele disse, mas o tom dele mostrava que ele claramente estava se divertindo com a situação.
— Percy, eu juro, se você não parar de falar sobre isso...
— Vai fazer o quê? Me dar outro selinho?
Eu o empurrei de leve no ombro, mas ele riu, claramente se divertindo. Apesar da irritação, eu não pude evitar o pequeno sorriso que escapou. Ele sempre conseguia tirar um pouco do peso da situação, mesmo nos momentos mais sombrios.
E, de alguma forma, isso me fazia sentir um pouco menos assustada.
Continuamos caminhando pelo túnel, agora em um silêncio tenso que parecia mais pesado do que antes. O ar ao nosso redor ficava cada vez mais frio, e a escuridão parecia ganhar vida, sussurrando coisas que eu não conseguia compreender.
Percy ia na frente, segurando o mapa com firmeza, mas sua postura mostrava que ele estava atento a qualquer movimento suspeito. Eu o observava de perto, tentando me concentrar na missão e afastar os pensamentos sobre o que havia acontecido antes.
