Capítulo 17

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40 votos e 60 comentários até domingo e eu volto, ok?

A mídia do cap ta aparecendo pra vcs?


...

Aquele agradecimento que fiz a Heather por abrir a janela era a minha última esperança.

Minha mente estava tão cansada que acabou desistindo de me fazer sentir culpada por tudo que eu devia saber que não tinha culpa. Eu era a pedra no meu caminho, como sempre. Minha autosabotagem era minha identidade.

Heather voltou logo depois que eu deixei o banheiro. Ela me abraçou tão forte que eu precisei derramar algumas lágrimas no ombro dela. Minha amiga prometeu que nunca me deixaria. Eu sabia que a promessa era verdadeira e eu poderia respirar aliviada. Essa era uma das certezas que eu tinha na vida.

— Eu te amo muito. — Minha melhor amiga me abraçou mais forte ainda antes de me soltar.

— Eu também te amo. — Retribuí sentindo a gratidão de sempre tê-la segurando a minha mão.

Não queria apressar as coisas, mas eu já estava há tanto tempo sem contato com o mundo exterior que decidi que iria passar na RIP no dia seguinte. Eu precisava respirar o ar da minha vida.

Claro que eu ainda me sentia e aparentava frágil. Meu pai tentou me convencer a ficar em casa, mas apoiou a minha decisão no final.

— Se você tem certeza, eu confio em você. — Ele me deu aquele olhar terno de confiança.

Sempre o melhor dos homens do mundo.

Eu tinha muita sorte.

Depois do jantar regado à sushi, voltei ao meu quarto e a lembrança de Medina no meu cômodo me tomou de assalto.

Não pensava nele fazia algum tempo, e eu tinha me esquecido do efeito que causava.

Fazia tanto tempo. Parecia até outra vida.
Sabe quando você para pra pensar em coisas que fez e não acredita que foi você? Tanta coisa se moveu de lugar que já nem se lembra da sequência de eventos que te levou a tomar decisões.

Como eu tive coragem de... DANÇAR praticamente pra ele? Quem era aquela pessoa flutuando pela sala de estar?

Eu queria experimentar daquela coragem repentina de novo. A coragem de quando eu entreguei aquele presente pra Gabriel na cozinha do Fanning.

Eu era doida? Não, mas ele me deixava doida. A situação me deixava doida.

O meu diário de fotografia estava reluzindo na mesa de cabeceira. Estiquei a mão para pegá-lo e analisei a capa furta-cor por algum tempo.

A última colocação tinha quase dois meses.

Folheei as páginas e me parabenizei por nunca ter colocado nada sobre ele. Não que ele não merecesse, mas eu não podia fazer meu diário guardar o que não era meu.

Das fotos mais simples às imagens de tiradas na minha câmera profissional, resolvi que colocaria a nova temporada da minha vida ali.

Entrei no meu notebook e selecionei para imprimir todas as fotos dos últimos meses, tentei ser cuidadosa ao selecionar cada imagem.

Coloquei fotos minhas com a Heather, com o pessoal da RIP, Sara e meu pai, além de paisagens que eu havia capturado. Também havia algumas fotos de momentos em que estávamos juntos com nossos amigos, e, entre elas, uma única foto dele.

Lembro-me perfeitamente daquele dia.

Fui assistir ao pessoal surfando, e ele insistiu para que eu o fotografasse. Conversamos bastante, e eu compartilhei um dos meus inúmeros projetos com ele.

Click and Surf | Gabriel MedinaWhere stories live. Discover now