Click and Surf | Gabriel Medina

Capítulo 40

Era o dia da minha alta no hospital. Gabriel apareceu bem cedo pela manhã, quase me acordando para que eu me preparasse.

Ambos estávamos animados e eu estava um pouquinho ansiosa pra pegar no meu celular novamente.

Me vesti com a roupa que ele levou pra mim e fiquei aguardando a psicóloga e a Dra. Flávia para me darem as últimas instruções e me despedir.

— E aí, Medina, como tá a minha festa de recuperação? — Perguntei quando já andávamos em direção à saída.

Ele fez uma expressão assustada, mas depois abrandou.

— Não tem nenhuma festa, Malu.

— Ah tá.

Óbvio que tinha.

No caminho pra casa dele e de Leo observei a cidade praiana. Linda em todas as suas formas.

Paramos na frente de um café e Gabriel me pediu para ficar dentro do carro.

Não muito tempo depois, o vi saindo do lugar com dois copos de café e tirando fotos com três fãs que o viram.

Elas abraçavam ele pela cintura e suas cabeças ficavam na altura do peito dele. Medina dava o mesmo sorrisinho mordendo a ponta da língua e elas imitavam.

Quando ele entrou no carro, me passou um dos copos e anunciou que aquele era o meu favorito.

— Ah, é? E como você sabe? — Perguntei por alto enquanto analisava o copo.

— Eu presto atenção. — Ele sorriu satisfeito consigo mesmo.

Realmente. Era o meu favorito. Fechei os olhos deixando o sabor do líquido me invadir enquanto Gabriel nos tirava do estacionamento.

O destino seguinte ainda não era a casa dele.

Dirigimos por mais alguns minutos antes de pararmos numa rua onde dava para uma praia linda, uma das mais bonitas que meus olhos ja presenciaram.

Dei um gole no meu café ainda quente.

— Uau. Esse é o meu lugar favorito? — Perguntei sem me virar para Gabriel.

— Não. — Ele balançou a cabeça. — Esse é meu lugar favorito.

Medina abriu a porta do carro e saiu. Eu o imitei.

Sentamos no capô do carro para observar o movimento das ondas. O sol ficando mais brilhante e reluzindo na agua, tudo tinha cheiro de novidade pra mim. Era incrível.

— Gostou? — Ele perguntou.

— Posso chamar de meu lugar favorito também?

— Não sei, eu posso ser bem ciumento.

— Então a gente pode voltar a se odiar. — Olhei pra ele escondendo meu sorrisinho atrás do café.

Medina fez uma careta.

— Eu nunca disse que a gente se odiava.

— Você disse...

— Eu disse que a gente provavelmente se odiou. — Ele me interrompeu. — Em algum momento, não o tempo todo.

— O quê aconteceu entre a gente? — Perguntei rindo, querendo saber a treta.

Gabriel nunca parecia confortável quando eu tocava nesse assunto.

— Nada.

— Nada?

— Sim. Nada aconteceu, éramos bobos apenas. — Ele fechou a postura colocando as mãos nos bolsos.