Capítulo 11 │ Fragmentada

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Volto minha atenção para a garota caída diante de mim, agora me lembrando do nome dela, mas nada mais que isso. Meu olhar se fixa em Canary, seus olhos fechados tremendo, que parece que logo irá acordar, e sinto uma pontada de pena por ela, pois não merecia passar por isso por nossa causa.

Apesar de ter me mantido de pé por todo esse tempo, no fim, não consegui mais resistir e cai de joelhos, minha cabeça latejando intensamente. Kurapika rapidamente se aproxima para me ajudar, compartilhando o mesmo olhar preocupado que Gon e Leorio têm.

Kurapika— Você está bem, S/n? — ele pergunta, sua voz carregada de preocupação.

Não consigo responder, meu corpo inteiro tremendo de repente.

Que diabos... é isso?

Levo minha mão até o local que está pulsando, o ponto onde fui atingida. Ao tocar, sinto uma dor aguda, como se houvesse um inchaço ali.

Kurapika— Deixa eu ver. — disse enquanto retirava minha mão e examinando o local.

Não estou olhando para ele, mas escuto seu suspiro cético.

Kurapika— Tem algo... aqui. Um momento, S/n.

Sinto seus dedos roçarem naquela região, e uma pontada de dor atravessa meu corpo, me fazendo soltar um gemido abafado que assusta Kurapika e os outros.

Kurapika— Ah! M-Me desculpe!

— Não! Tira isso logo, seja lá o que for! Eu aguento! — imploro, a dor é quase insuportável.

Kurapika hesita, como se estivesse sentindo a minha dor, mas então finca seus dedos ali e começa a puxar. Tento não berrar em gemidos, mas a dor é intensa. Quando ele finalmente consegue arrancar, o ar dos meus pulmões desaparece por alguns segundos, me fazendo desabar, mas Gon estava ali para me segurar.

Kurapika— Uma... agulha? — ele murmura.

Tento me movimentar para analisar a tal agulha, no entanto, falho em continuar segurando os gritos. Meu corpo se contorce involuntariamente nos braços de Gon, a pulsação intensificando a dor a cada segundo, fazendo-o olhar desesperadamente para Kurapika, sem saber o que fazer.

Kurapika— Eu já tirei a agulha! Por que parece que está doendo ainda mais?! — exclama, sua voz cheia de preocupação e frustração.

Mordo a manga da minha roupa para abafar os gritos, levantando meu olhar coberto de lágrimas para Kurapika. Apesar da dor insuportável, pego a agulha de sua mão e a examino com dificuldade. Kurapika, ao ver a agulha de perto, parece reconhecer algo ao mesmo tempo que eu, sua expressão se tornando sombria de repente.

Kurapika— Isso é... do Illumi. Já vi ele usar isso em batalha. Parece que mudar a própria aparência não é só o que elas podem fazer. E essa agulha estava exatamente na posição do seu hipocampo, responsável pela formação da memória. Foi ele... ele que bagunçou suas memórias, S/n.

Solto a manga da minha roupa, arfando enquanto o ódio sobe pelas minhas veias, fervendo meu sangue diante dessa revelação.

— Aquele... DESGRAÇADO! Sempre infernizando a minha vida desde o começo! — grito, jogando a agulha longe e rosnando de raiva.

Kurapika— Acalme-se, nós vamos resolver isso, S/n. Lembre-se que precisamos encontrar o Killua. — diz ele, me segurando firme, tentando me acalmar.

Gon— Essa é a última vez que ele irá te machucar, S/n. Vamos garantir isso. — disse, com seus olhos brilhando com a mesma fúria que sinto.

Leorio— É! Estamos todos juntos nisso, pirralha! — acrescentou, colocando a mão no meu ombro.

Sharp Love - Killua x Leitora [Hunter x Hunter]Onde histórias criam vida. Descubra agora