Sharp Love - Killua x Leitora [Hunter x Hunter]

Capítulo 14 │ A Caminho do Topo

Assim que Gon entra no ringue, seus olhos se fixam em seu adversário: um homem enorme e intimidador, que parece ter saído de um filme de ação. Os espectadores ao redor começam a vaia-lo, murmurando comentários maldosos sobre sua aparência jovem e despreparada. A irritação ferve dentro de mim, e é um esforço contê-lo.

Espectador— Olha só esse garoto! O que ele está fazendo aqui? Não tem chance!

Desvio o olhar para Gon, sua postura ainda é determinada, mas posso notar um leve tremor em suas mãos, apesar de passar quase despercebido. Ouvindo a vaia, Killua, ao meu lado, também se contorce um pouco, a frustração evidente em seu rosto. No entanto, ele diz:

Killua— Não liga para eles, S/n. O Gon vai saber lidar.

Ouvindo as palavras de Killua, cruzo os braços e me esforço para relaxar. Gon ergue a cabeça, encarando seu oponente com determinação. No fundo, sei que ele pode se sair bem, mas as vaias ainda ecoam em minha mente, e eu só posso torcer para que Gon consiga ignorá-las e se concentrar no que realmente importa.

Gon, então, avança no seu oponente, desferindo um poderoso empurrão que faz seu oponente voar pelo ringue, atingindo a parede com um estrondo. O impacto é tão forte que até mesmo ele parece surpreso com o que acabou de fazer. A multidão, que antes o vaia, agora fica em silêncio por um breve momento, impressionada com a velocidade e a força do ataque.

— Isso! — exclamo, erguendo meu braço em um gesto de comemoração.

Killua observa a cena com um sorriso orgulhoso. A adrenalina ainda pulsa em nossas veias quando o juiz anuncia que Gon está qualificado para o andar 50, resultado de suas habilidades demonstradas na luta.

Em seguida, sou chamada para entrar no ringue. Agora, é a minha vez de brilhar, e só de pensar em finalmente voltar a lutar eu fico entusiasmada.

Entro no ringue e já percebo qeu oponente tem um físico impressionante, lembrando o de um boxeador profissional. Ficamos nos encarando por alguns segundos, e seu olhar parece carregar todo o desprezo que ele sente pela situação. Para ele, deve ser uma piada me ver aqui, uma simples garota, pronta para enfrentá-lo. Solto um bufo baixo, estreitando meus olhos enquanto ele continua a me encarar, exalando um ar de superioridade.

Assim que a luta começa, ele avança com uma confiança feroz, disparando uma série de socos rápidos, quase me cercando com sua velocidade. Os golpes vêm de todos os lados, e até eu fico impressionada com o ritmo que ele mantém. Porém, quando um de seus socos parece prestes a atingir meu rosto, levanto o braço em defesa, bloqueando o golpe, mas ainda pude sentir a dor do soco. Em seguida, aproveito a abertura e uso a perna para desestabilizá-lo, acertando um chute que desvia seu braço para longe, desestabilizando seu corpo.

Ele solta um grunhido de surpresa ao perder o equilíbrio e, vendo a brecha, não hesito: aplico um chute certeiro em sua nuca, o suficiente para nocauteá-lo instantaneamente. Antes que ele atinja o chão, dou mais um chute com a outra perna, firme e preciso, lançando seu corpo alguns metros para trás. Quando finalmente cai, está completamente desacordado, incapaz de reagir.

O silêncio toma conta por um momento, seguido de murmúrios surpresos e aplausos tímidos, enquanto a maioria dos espectadores balbucia comentários admirados e, admito, alguns bem inapropriados sobre meu corpo. O juiz, espantado, após anunciar minha vitória, se aproxima rapidamente e me manda para o andar 90, mas faço questão de declinar.

— Nah, 50 está bom para mim. Ainda estou vendo como tudo isso funciona.

O juiz me observa por um momento, um pouco confuso, mas acena em compreensão. Também não quero ficar longe dos rapazes.