𝐅Ú𝐓𝐈𝐋, 𝚁𝚒𝚌𝚑𝚊𝚛𝚍 𝚛𝚒𝚘𝚜 ¹

XXIV

˚ 𝖋útil ‧₊
📕 𝒘ritten 𝒃y 𝒊sakjzha
﹙𝑐hɑpter ٫ 24﹚
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Eu ouvia Raphael gritar comigo, mas suas palavras pareciam ecoar em um espaço distante, como se eu estivesse em um túnel sem fim. A única coisa que importava naquele momento era saber onde estava Tainá. O desespero me consumia, e a ansiedade pulsava nas minhas veias. A festa, as risadas, tudo isso parecia tão irrelevante agora. Eu precisava dela.

Logo meu celular toca novamente, e meu coração acelera. Olhei para a tela e vi que era um número desconhecido. Uma parte de mim hesitou; poderia ser apenas mais uma brincadeira de algum amigo, mas a urgência da situação me empurrou a atender.

—Alô?—

Do outro lado da linha, uma voz fria e profissional respondeu.

— boa noite, falo com richard? — respondo que sim— então, A paciente, Maria Tainá Costa, sofreu um acidente nesta noite. Achamos seu número salvo aqui no celular dela, suas conversas estavam mais recentes. Então decidimos ligada para o senhor. Quero que venha para o hospital. Ela esta indo fazer uma cirurgia agora.—Minhas pernas tremeram ao ouvir essas palavras. O mundo ao meu redor parecia desmoronar em um instante.

A voz continuou, e cada palavra era como um golpe no meu estômago.

—Ela sobreviveu ao acidente, mas perdeu muito sangue.—As informações chegavam até mim como se fossem pedras pesadas caindo em um lago tranquilo, criando ondas de terror e confusão.

A sala começou a girar enquanto tentava processar o que estava acontecendo.

—O que você quer dizer com estado grave?— Raphael me olhava curioso.

—Ela está sendo levada para a sala de cirurgia agora, como eu disse—a voz disse com uma calma que eu não conseguia entender. —Os médicos estão fazendo tudo o que podem, mas é uma situação delicada.—

As palavras dela reverberavam na minha mente como um eco interminável. Eu não conseguia pensar direito; só conseguia imaginar Tainá ali, lutando pela vida enquanto eu estava longe dela, impotente. As lembranças da última vez que a vi começaram a invadir minha mente — seu sorriso iluminando o ambiente, sua risada contagiante — e agora tudo isso estava ameaçado.

—Estamos fazendo o nosso melhor—a voz disse novamente, mas não havia promessas ali, apenas uma realidade brutal. —Você pode vir ao hospital para esperar notícias.—

Desliguei o telefone como se estivesse queimando minha mão. Cada batimento do meu coração parecia ecoar dentro de mim como um tambor ensurdecedor. Eu precisava ir até lá; precisava estar perto dela. A ideia de que ela poderia estar lutando sozinha me deixava angustiado.

Raphael ainda estava gritando algo ao meu lado, mas eu não conseguia entender suas palavras. O único pensamento que dominava minha mente era: eu preciso ir até Tainá. O medo se transformou em determinação enquanto eu corria em direção à saída, sem olhar para trás.

A estrada até o hospital parecia interminável, cada segundo se arrastando como se o tempo estivesse zombando da minha angústia. Minhas mãos tremiam no volante enquanto dirigia com pressa, cada sinal vermelho parecia uma eternidade que me afastava ainda mais dela.

Quando finalmente cheguei ao hospital, meu coração estava na garganta. A recepcionista me olhou com uma expressão séria e me pediu para esperar na sala de emergência enquanto os médicos trabalhavam nela. O tempo parecia parado; cada minuto se arrastava como se fosse uma eternidade.