𝐅Ú𝐓𝐈𝐋, 𝚁𝚒𝚌𝚑𝚊𝚛𝚍 𝚛𝚒𝚘𝚜 ¹

XXV

˚ 𝖋útil ‧₊
📕 𝒘ritten 𝒃y 𝒊sakjzha
﹙𝑐hɑpter ٫ 25﹚
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A chuva começou a cair, e cada gota parecia um eco das palavras da minha avó. Olhei para ela, assustada, como se o céu estivesse refletindo a tempestade que se formava dentro de mim. O som da chuva era uma melodia suave, mas ao mesmo tempo ressoava como um tambor distante, batendo em meu coração. O céu cinzento parecia um reflexo da minha confusão interior, uma mistura de medo e esperança.

— Você está voltando, minha neta. Boa sorte, eu sempre estarei consigo.

As palavras dela dançavam no ar como uma canção que eu conhecia de cor, mas que agora soava mais intensa do que nunca. Abracei-a fortemente, sentindo o calor do seu amor me envolver como um cobertor macio em uma noite fria. Era como se o tempo parasse naquele momento, e nada mais importasse além daquele abraço. A sensação de segurança que ela sempre me proporcionou era palpável; eu poderia enfrentar qualquer tempestade com ela ao meu lado.

Então, tudo começou a escurecer ao meu redor. As cores foram se esvaindo lentamente até que vi apenas sombras. Mas mesmo assim, as palavras da minha avó ecoavam em minha mente: "Você está voltando". O que isso significava? Eu não sabia. A escuridão me engoliu como se fosse um oceano profundo e sem fim.

E então...

Acordei.

Senti uma luz intensa invadindo meus olhos, e uma sensação estranha de confusão tomou conta de mim. O lugar era familiar e ao mesmo tempo estranho; o cheiro de antissépticos e flores murchas preenchia o ar. Tentando me mover, percebi que meu corpo parecia pesado como se estivesse preso em um sonho profundo. Meu coração palpitava com força enquanto tentava entender o que estava acontecendo.

—Você está acordando—ouvi uma voz suave dizer. Era uma enfermeira com um sorriso gentil que iluminava seu rosto cansado. Ela segurou minha mão delicadamente, como se eu fosse um vidro frágil prestes a se quebrar.

—Você estava em coma por meses— explicou ela com calma. —Estamos felizes que você esteja de volta.—

Voltei? Para onde eu tinha ido? Minha mente girava enquanto tentava conectar os pontos da minha ausência. Então lembrei-me dela: minha avó! As palavras dela ainda ressoavam em meu coração: "Eu sempre estarei consigo."

No meio da confusão, uma onda de emoção me atingiu como uma maré alta no oceano. Lembrei-me do abraço caloroso, do amor incondicional que ela sempre me ofereceu. E mesmo na escuridão em que estive perdida, senti sua presença como uma luz guia.

—Vó—chamei baixinho, a voz falhando enquanto lágrimas quentes escorriam pelo meu rosto. —Onde você está?—

A enfermeira olhou para mim com compreensão nos olhos e disse:

—Não sei que aconteceu com ela, mas ela sempre estará com você. Não importa a onde esteja.

As palavras dela eram verdadeiras; eu podia sentir isso no fundo da minha alma. O amor da minha avó não tinha limites; ele havia cruzado as barreiras do tempo e do espaço para estar comigo neste momento sagrado de reencontro com a vida.

Com esforço, consegui me sentar na cama e olhei pela janela ao meu lado. A chuva já havia parado e o sol começava a brilhar timidamente entre as nuvens escuras que ainda insistiam em linger nas bordas do céu azul claro. Era como se o mundo estivesse celebrando meu retorno à vida.