A Busca pelo Amuleto.

0 0 0
                                    

Na sala de aula, o ambiente estava sempre repleto de uma energia peculiar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Na sala de aula, o ambiente estava sempre repleto de uma energia peculiar. Criaturas de diversas formas e tamanhos se moviam em suas gaiolas e aquários, e os alunos olhavam ao redor, fascinados e, em alguns casos, um pouco assustados. Nevuus, um homem pequeno e redondo, se posicionava na frente da classe, com um olhar sério que contrastava com sua timidez natural. Apesar de seu desconforto social, ao falar sobre criaturas mágicas, especialmente as extraplanares, ele se transformava. A paixão que nutria pelo tema iluminava sua expressão, e os alunos rapidamente percebiam que estavam diante de um dos maiores especialistas de Arton em assuntos dessa natureza.
Em cima da mesa, uma largada se mexia, o professor se aproximava da criatura.
- E-este lagarto, - ele disse, sua voz ganhando força à medida que se aprofundava na lição, - pode ser uma arma poderosa nas mãos certas. No entanto, o controle deve ser absoluto. Qualquer falha em manter sua energia contida pode resultar em consequências desastrosas. É por isso que os círculos de proteção são cruciais em conjurações como esta.
Nevuus fez um gesto para largada e derrepende, uma rajada de raios para todos os lados. Os alunos ficaram de boca a aberta.
Enquanto Nevuus prosseguia com sua explicação, Vincent, o líder do Grêmio da Crueldade, estava em outro local, envolvido em uma conversa muito diferente, mas de igual importância.
- Então, a busca pelo Amuleto do Conhecimento foi um sucesso, certo? - Toede perguntou.
Vincent assentiu.
- Sim, mas não é o que esperávamos. O amuleto é de pouco valor para nós, uma simples recompensa para aqueles que desejam um aumento no intelecto. Útil, talvez, mas não o suficiente.
Toede franziu a testa.
- Então, por que estamos interessados nisso?
- Porque há um segundo amuleto. Este não é um simples artefato para os tolos que buscam sabedoria. Este segundo amuleto faz parte de algo muito maior, algo que pode nos dar o poder de invocar uma força além da compreensão comum. Ele é parte de um instrumento de invocação... um que poderia mudar o equilíbrio de poder em Arton para sempre.
- E como vamos encontrá-lo? - Toede perguntou, já imaginando o que poderia fazer com tal poder em suas mãos.
Vincent sorriu, um sorriso que não prometia nada de bom.
- Nós deixaremos nossos 'amigos' fazerem o trabalho duro. Tudo o que precisamos fazer é esperar o momento certo para tomá-lo deles. E, se necessário, eliminar qualquer um que se interponha em nosso caminho.

A tensão no grupo era palpável, à medida que seguiam as pistas que os levariam ao Amuleto do Conhecimento. Alid, Khaled, Daemon, e Mary estavam reunidos na biblioteca, os pergaminhos espalhados sobre a mesa. A luz das velas lançava sombras dançantes nas paredes, enquanto o grupo estudava os textos antigos e os mapa desgastado pelo tempo. Khaled, com sua mente afiada, foi o primeiro a conectar as informações.
- Aqui, - disse ele, apontando para um local no mapa. - Valkaria, na Vila Élfica. Este é o lugar onde o amuleto está escondido.
O grupo olhou para o mapa com atenção. A Vila Élfica, localizada na periferia de Valkaria, não era o que muitos imaginavam quando pensavam em um refúgio para os elfos. Quando os sobreviventes de Lenórienn se estabeleceram ali, esperava-se que a área se tornasse um pequeno reino élfico, cheio de beleza e esplendor. No entanto, o que se formou foi um gueto, um local onde os sonhos de glória se misturaram com a dura realidade da miséria. As ruas da Vila Élfica eram uma mistura estranha de jardins ancestrais e construções que combinavam a beleza milenar das técnicas élficas com a decadência de um bairro abandonado à própria sorte. Árvores e edifícios de madeira viva, esculpidos com maestria, estavam agora cobertos de pichações, enquanto o lixo se acumulava ao lado de casebres precários. Elfos, outrora orgulhosos, dormiam nas ruas, reduzidos a mendigos em sua própria terra.
- É um lugar perigoso, - murmurou Daemon. - O crime domina essas ruas.
- Se o amuleto está lá, temos que encontrá-lo. - disse Mary.
Alid permaneceu em silêncio por um momento, seus olhos verdes fixos no mapa. Ele conhecia bem a Vila Élfica e sabia dos perigos que os aguardavam.
- odeio sujeira, - disse Khaled com cara de nojo. - e odeio mais ainda essa vila.
- é um lugar imundo, mas por que foi escondido lá? - perguntou Daemon.
- é pouco provável de procurar, a pessoa que a escondeu, soube escolher bem. - Alid rasbicou no pergaminho. - mas não o suficiente.
  Terminado de rabiscar com precisão quase obsessiva, Alid ergueu o pergaminho diante da luz trêmula da vela. As linhas traçadas com tinta negra capturavam o contorno familiar do bairro élfico, mas agora estavam transformadas. Sobrepondo-se ao desenho original, um novo conjunto de marcas e símbolos tomava forma. Um padrão oculto, uma localização que antes não existia, revelava-se aos poucos sob o brilho amarelado da chama. Ele inclinou a cabeça, os olhos verdes estreitados em concentração, como se pudesse desvendar ainda mais segredos apenas olhando. O silêncio do ambiente era rompido apenas pelo estalar suave da vela, enquanto Alid deixava o mapa secar, satisfeito com o resultado.
- como você fez isso? - disse Khaled admirado.
- não há segredo. - declarou Alid.
- ótimo, mas como vamos para lá.
- amanhã é nossa volta para casa, então se juntaremos para procurar esse amuleto. É melhor.
Enrolando o pergaminho, Alid coloca na bolsa.
- agora devemos planejar. O local é numa velha casa, ninguém mora nela, e todos que tentam morar, acabam indo embora, não se sabe o porquê.
- quem quer morar num bairro desse. - disse Khaled.
- ela parece pequena por fora, mas é bem espaçosa por dentro, devemos ter cuidado. E lá tem muito ladrões... Então, não leve nada valioso. - Alid continuou.
- espera um minuto. - Mary interrompeu. - quem te colocou como nosso líder?
- calma Mary. - era Daemon.
- não, toda vez você quer ter a atenção, Alid nota alta, Alid o mandão, Alid isso e aquilo. - Mary apertava o punho e olhava de Alid para Khaled, seu coração acelerava de ódio.
- depois que a gente terminar a missão, vamos conversar tá bom. agora foco na missão. A gente se vê amanhã. - Khaled pegou nos ombro de Alid e ambos saíram.
- o que foi isso? - perguntou Daemon, com voz firme.
- você viu? Os dois estão mais próximos, acho que é tarde de mais Daemon. - os olhos de Mary estava ficando vermelho, e as lágrimas estava na borda.
- como eu disse minha irmã, não está no seu controle, aceite com amor e deixe ir sem apego. - falou Daemon. Ele se virou e antes de partir. - agora se prepare, amanhã iremos sair, e não deixe seu sentimentos atrapalhar nossa missão. Isso não é um pedido é um ordem.
  Mary limpava o rosto com movimentos rápidos, as lágrimas ainda quentes deixando rastros em sua pele. Sua mente estava a mil, pensamentos desconexos se atropelando, enquanto uma dor intensa apertava seu coração. Mas, por trás desse turbilhão, algo incomum começava a emergir. Era sutil no início, uma sensação de força bruta que crescia como um incêndio silencioso dentro dela, tomando cada espaço de sua alma.
  No fundo de sua mente, uma gargalhada ecoou, baixa, quase imperceptível, mas carregada de uma malícia que fez seus ombros estremecerem. Seus lábios tremeram, e uma única frase emergiu de seu subconsciente, firme e cruel, como se não fosse sua própria voz:
- Se ele não for meu, não será de mais ninguém.
  Seus olhos, antes cheios de tristeza, endureceram, um brilho sombrio refletido neles. Algo dentro dela estava prestes a despertar, e não seria algo que poderia ser contido.

A equipe partiu antes do amanhecer, atravessando a Vila Élfica em direção à entrada da velha casa. O caminho até lá era um desafio em si, passando por ruas repletas de olhares curiosos e algumas vezes hostis. A atmosfera estava carregada de desconfiança. Ao chegarem à entrada da velha casa, a cena que se desenrolava à frente era de uma beleza desolada. A estrutura antiga se ergia diante deles, coberta por musgo e vegetação, como se tivesse sido esquecida pelo tempo. As paredes eram de madeira descascada, com entradas emaranhadas por raízes de árvores, e o ambiente parecia emanar uma sensação de abandono.
- clássico não é, espero que assim que nós entramos, ela não caia sobre nós. - disse Khaled.
- não se preocupe com casa, mas o que tem dentro dela. - disse Alid. - você consegue vê alguma aura mágica?
  Os olhos de Khaled brilharam em um tom púrpura intenso, acompanhados pelo leve fulgor da tatuagem circular em seu pescoço, que parecia pulsar com energia. Ele piscou uma vez, ajustando a visão que agora dominava seu campo de percepção. No fundo da casa, quase escondida pelas sombras que dançavam ao ritmo da luz bruxuleante, uma pequena aura esverdeada cintilava.
  Era sutil, quase imperceptível, mas sua presença emanava um tipo de energia que fazia os pelos da nuca de Khaled se eriçarem. A fonte parecia estar na parte de baixo, talvez em um porão ou sala oculta. Ele estreitou os olhos, inclinando levemente a cabeça, enquanto ponderava se aquele brilho significava perigo ou oportunidade. De qualquer forma, a curiosidade já o puxava para frente, como se fosse um fio invisível guiando seus passos.
- nosso item está lá dentro, é só o que eu vi. - disse Khaled confiante.
- ótimo, então vamos seguir Khaled, ele vai nos guiar. - era Alid.
- então vamos logo. - mary partiu.
Assim que Mary deu mais um passo, o chão sob seus pés pareceu ganhar vida. Em um instante, uma corda oculta se tensionou, prendendo seu tornozelo com força. Antes que pudesse reagir, sentiu o mundo girar vertiginosamente, e seu corpo foi puxado para cima.

Ela ficou pendurada de cabeça para baixo, balançando levemente enquanto tentava se soltar. O cabelo caía em direção ao chão, e sua expressão alternava entre surpresa e irritação. Mary se contorceu, puxando a perna presa, mas o nó era habilidoso demais para ser desfeito com facilidade.

- Ótimo, - murmurou ela, cruzando os braços mesmo enquanto estava suspensa. - Quem teve a brilhante ideia de armar uma armadilha dessas?
- que foi isso? - falou Khaled surpreso.
- ela se precipitou. - Alid foi cortar a corta, descendo a Mary. - Khaled, não se preocupe, vamos logo atrás.
Nervoso, Khaled se pôs a andar.

Fênix Negra: A Amuleto do Conhecimento Onde histórias criam vida. Descubra agora