Capítulo 11 - Aurora

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– O que você quer aqui a esta hora, Eduardo? – Pergunto ao abrir a porta deixando-a entreaberta

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– O que você quer aqui a esta hora, Eduardo? – Pergunto ao abrir a porta deixando-a entreaberta. Ele olha pra mim e observo seus olhos vermelhos e mesmo a uma certa distância sinto o cheiro forte de bebida. Eu já vi Eduardo bêbado e não foi uma coisa agradável. – Pelo amor de Deus Eduardo o que você tem na cabeça, ah? – Respiro fundo e abro a porta por inteiro e saio, ficando na pequena área. Ele se afasta e me olha de cima embaixo e o vejo suspirar alto. Eu sou gorda, muito gorda e já ouvi muita coisa desagradável por conta do meu peso. Mesmo eu me amando tem dias que o espelho e até mesmo os meus sentimentos não cooperam. Fico me sentindo a pior das pessoas. É horrível se sentir assim dentro do seu próprio corpo e mente.

– Eu...ah...estava passando e... – Me sinto desconfortável e cruzo os braços. Ele pigarreia e olha para meu rosto piscando os olhos várias vezes.

– Eduardo, o que você quer? – Meneio a cabeça e suspiro mais uma vez. – Sério Eduardo...O que está fazendo aqui? – Olho para os lados agarrando ainda mais o robe. Seus olhos fixam aos meus e sinto um frio na minha barriga. – Olha, acho melhor entrarmos. Quer dizer, quer... entrar? Ou sei lá, quer conversar, precisa de algum favor? – Ele apenas me olha, me aproximo e puxo seu braço e o levo para dentro. – Agora que estamos aqui dentro, espero que fale o que veio fazer aqui, na porta da minha casa. – Ele continua me olhando.

– Desculpa. – Ele assa a mão no rosto com certa força. – Me desculpa, eu não deveria estar aqui. – Suspiro e vou até a porta e a fecho, viro-me e encosto no objeto. Eduardo é enorme. Fico admirada ao ver como ele é totalmente desproporcional ao cômodo. Ele nunca entrou em minha casa nem mesmo quando éramos crianças remelentas e adolescentes chatos e meio inconsequentes, não necessariamente nesta ordem.

– Quer que eu te desculpe do que por exemplo? Você já me fez tantas coisas que eu não tenho noção do porquê está me pedindo desculpas. – Massageio a testa. – Eu só queria saber o que está fazendo uma hora dessas na porta da minha casa, Eduardo. Esqueceu o caminho da mansão? – Observo seus movimentos e vejo o quão desorientado ele está. Posso dizer que ele está encabulado olhando ao redor com certa curiosidade.

– Essa não é a primeira vez que faço isso. Na verdade, tenho feito isso há muito tempo, você é quem nunca notou. – Sorri ladino, mas sinto que há algo mais ali, uma certa tristeza. – Como sempre. – Ele me olha e desvia o olhar.

– Fazer o que? Beber? – Crispo os lábios esperando uma resposta que não vem. Ele apenas me olha e eu me sinto novamente desconfortável. – Vem comigo, Eduardo. – Saio da porta e sigo até onde ele está.

– Não. – Diz seco. – Eu vou para casa. Não posso ficar aqui. – Viro-me e tranco a porta da sala. – Aurora, eu vou para casa, não precisa... – Eu o corto.

– Se eu não me importasse com sua vida,  eu o deixaria ir, mas como eu AINDA me importo, vou arrumar o quarto de hóspedes para que durma e descanse um pouco. – Dou as costas para ele indo até o corredor que dá para os quartos. – Vamos Eduardo. – Não olho para trás, mas sei que ele me segue pois ouço seus passos arrastados logo atrás e seus resmungos baixos.

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