Laura Nikki era uma famosa cantora brasileira que estava aos poucos começando a conquistar o seu espaço em carreira internacional. Até que a traição do seu namorado fez o seu mundo desabar.
Nikki sempre foi uma pessoa muito insegura, e vivia em pro...
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— Levanta um pouco, Laura, fiz uma sopinha pra você. — Bruna entra no quarto carregando uma bandeja.
Já fazia dois dias desde que tudo aconteceu. Eu não falava com ninguém, não atendia as ligações, nem mesmo as de Henry. Só queria ficar trancada dentro do meu refúgio, longe do mundo que parecia ter virado contra mim. O burburinho nas redes sociais, as mensagens cruéis... era como se cada palavra me jogasse mais fundo num abismo de dor e insegurança na qual eu pensei que estava conseguindo superar.
Bruna colocou a bandeja ao meu lado e se sentou na beira da cama, me olhando com aquela expressão de quem queria me sacudir, mas ao mesmo tempo entendia que eu estava no meu limite.
— Você precisa comer, Laura. — Ela empurra a tigela em minha direção. — Sei que é difícil, mas você não pode se destruir por causa de uns idiotas que nem sabem quem você é de verdade.
Eu suspiro, sem vontade, mas pego a colher. Meus olhos ainda pesados de tanto chorar, o corpo exausto pela falta de ânimo. Bruna me observa, e mesmo que ela não diga nada, sei que está tentando me dar o máximo de força possível.
— Eu só... — começo a falar, minha voz fraca. — Não sei como lidar com tudo isso, Bruna. As coisas saíram do controle tão rápido.
Ela passa a mão no meu cabelo, como sempre fazia quando queria me confortar.
— Eu sei. E você não precisa lidar com tudo sozinha. Estou aqui. E Henry... — ela hesita, provavelmente pensando se deve ou não mencionar ele — Ele está preocupado. Já ligou várias vezes, mas eu não sabia o que dizer.
Meu coração aperta ao ouvir o nome dele, misturado com um medo de enfrentá-lo depois de tudo. Será que ele se arrependia de ter se envolvido comigo?
— Não quero que ele me veja assim. — murmuro. — Ele merece algo melhor, não uma bagunça como eu.
— Laura, ele já veio aqui no hotel umas cinco vezes nesses dois dias. Ligou mais vezes do que eu posso contar. Ele tá mostrando que se importa com você.
Parte de mim queria acreditar, queria muito que tudo fosse simples, que Henry realmente não se importasse com toda a exposição, com as coisas horríveis que estavam sendo ditas. Mas a outra parte, aquela que estava machucada, insegura e cheia de dúvidas, me dizia que ele não precisava passar por isso. Que eu não deveria ser um peso na vida dele.
— Vamos voltar para o Brasil — digo depois de um tempo, a voz baixa, mas firme.
Bruna afasta-se um pouco e me encara, surpresa.
— O quê? Laura, você tá falando sério?
Assinto, mesmo que o nó na minha garganta me deixe quase sem ar.
— Eu preciso ir embora, Bruna. Toda essa exposição, essas pessoas falando sobre mim como se eu fosse um objeto... Eu só quero desaparecer por um tempo. Voltar pra casa, ficar longe de tudo isso.
